A falta de identificação de nomes de ruas e numeração de casas em novos bairros da cidade tem gerado transtornos a moradores e atrapalhado o serviço dos policiais, carteiros e entregadores.
Além dos bairros que não possuem nenhuma identificação - como é o caso do Parque Universitário, Jardim Hilda Helena e Santa Bárbara outros tiveram mudanças nos nomes que não foram atualizados pela Prefeitura, como é o caso da Cohab João Pimenta, onde as ruas, antes identificadas por números, passaram a ter nomes.
Entre as instituições que mais sofrem com essas alterações estão as polícias Militar e Civil que, quando são acionadas para uma ocorrência de caráter emergencial, acabam demorando a chegar até esses locais.
Segundo o tenente Michel Aparecido Monroe, do Corpo de Bombeiros de Fernandópolis, a falta de identificação nos bairros dificulta o trabalho dos policiais e pode até chegar a sacrificar vidas.
Os bairros sem identificação dificultam muito o nosso serviço. Em situações em que a viatura tem que chegar rápido, a dificuldade de localização prejudica a eficiência do trabalho. Com certeza seria de grande valia se o Poder Público tomasse uma providência em relação a esse problema; ajudaria de forma significativa, pois existem ocorrências cuja demora pode custar o preço de uma vida, alertou o tenente.
A falta de identificação tem atrapalhado até mesmo os Correios e entregadores de estabelecimentos comerciais. Segundo o carteiro Brambilla, que está há 23 anos na profissão, por mais que eles decorem o nome das ruas e número das casas, a falta de identificação das ruas ou da atualização dos nomes dificulta o trabalho, pois sempre entram novos profissionais que não estão acostumados com as deficiências de informação.
Nós trabalhamos sempre com mapas atuais da cidade. Na hora da triagem da correspondência os novatos acabam ficando perdidos, pois as cartas vêm no endereço antigo. No bairro Jardim Morada do Sol, por exemplo, as ruas eram identificadas pelas letras do alfabeto; hoje, elas têm nomes próprios, mas as placas não foram alteradas, alegou o carteiro.
Ainda segundo Brambilla, em Votuporanga, a Prefeitura não só regularizou a identificação dos bairros como afixou, no início de cada rua, o nome, início e término da numeração. Exemplo: Rua Amapá (20 840).
Uma das moradoras dos bairros sem identificação, Maria Cristina Zangrossi, do Jardim Santa Bárbara, disse ter feito inúmeras reclamações na Prefeitura; mas até o momento não foi atendida.
Outro dia o pessoal da Telefônica veio instalar uma linha em casa e teve que ligar três vezes no meu celular para poder encontrar minha casa. A Prefeitura diz que vai resolver, mas até agora nada. O engraçado é que para cobrar o IPTU eles acham a casa da gente, mas para solucionar esse problema e tantos outros que o bairro tem eles não lembram da gente, reclamou Maria.
Já o aposentado Eduardo Rodrigues de Souza, do Jardim Hilda Helena, tomou a iniciativa de construir uma placa de madeira com o nome da rua e numeração da casa depois de ter encontrado, por diversas vezes, contas de telefone jogadas em uma rede de esgoto.
Foi o meio que eu encontrei para solucionar o problema. Hoje não corro o risco de não ser identificado, mas meus vizinhos reclamam muito da falta de identificação nas ruas, disse o aposentado.
Prefeitura quer padronização
Segundo a assessoria municipal de comunicação, no primeiro governo do prefeito Luiz Vilar (1993/1996) foi feita, pela primeira vez, a mudança das placas de identificação das ruas. Desde então, não foi realizada qualquer manutenção ou troca das placas. Para sanar tais dificuldades, já identificadas, o governo 2009/2012 pretende fazer através da Diretoria de Trânsito e Planejamento uma nova mudança que padronize a identificação das ruas. Para isso, está sendo elaborado um estudo que levante todas as ruas com mais urgência de identificação. Após finalização do projeto, entre as duas diretorias, será iniciado o processo de padronização.