Jesus Moreti: o salvador do Fefec?

20 de Agosto de 2025

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Jesus Moreti: o salvador do Fefec?
Seu nome é o mesmo do Salvador, Jesus Cristo, o filho de Deus. Para Jesus Moreti, tal semelhança é mera coincidência; mas há quem diga que ele é mesmo um salvador. Não do mundo, mas do time de futebol da cidade: o Fefecê (Fernandópolis Futebol Clube).

Moreti já esteve na presidência do time por cinco mandatos. Este ano, ele assumiu novamente o time para não vê-lo se acabar. Sua história com o Fefecê começou em 1994, quando foi convidado pelo presidente do time – Antônio Ribeiro, seu primo – para ser gerente de futebol.

“Meu primo me deu carta branca para trabalhar. Eu tinha autonomia tanto para despedir jogadores quanto para contratar. Então renovei todo o time, restaram apenas três da antiga formação. Naquele ano fomos campeões da série A3 e ficamos 12 jogos invictos”, destacou Moreti.

No ano seguinte, Jesus se tornou o presidente do time após uma reunião em que participavam Antônio Ribeiro, Luiz Vilar e Milton Luiz da Silva (Reizinho) para a escolha do presidente.

“Eles estavam reunidos há horas, pensando em quem indicar para presidente, de repente alguém disse: ‘porque estamos preocupados se estamos como o novo presidente em nossa frente? Foi então que eu fui indicado. Eu jamais pensei em assumir o cargo, mas não rejeitei porque tinha sonhos de ver o time crescer. Naquele ano ficamos por um ponto para subir para a segunda divisão. Quase fomos campeões novamente”, disse.

Em 1996, Moreti se afastou do time; mas com a decadência do Fefecê – que caiu para série B1 e tinha uma dívida no valor de R$ 15 mil com a Federação Paulista de Futebol – em 1997 ele foi convidado a voltar.

“Depois de várias tentativas para arrumar um novo presidente, disseram: ‘só tem uma pessoa que pode salvar o time de Fernandópolis, o Jesus Moreti’. Então novamente me chamaram e eu consegui mandar o Fefecê a campo - sem dinheiro – e classificá-lo como o quarto melhor time do estado de São Paulo”, afirmou.

Para saldar a dívida com a Federação, Moreti teve que pôr R$ 5 mil do próprio bolso, pedir um adiantamento de R$ 10 mil para um amigo até conseguir arrecadar dinheiro através de um bingo.

O amor pelo time é tão grande, que em todos os jogos ele é o primeiro a chegar ao estádio. Checa os vestiários, recebe a arbitragem, fiscaliza tudo para que não ocorram falhas. Com orgulho, Moreti afirma que nunca foi vaiado pelo torcedor fernandopolense e sempre teve prestígio na Federação.

Jesus já recebeu inúmeros convites para trabalhar com times maiores e de renome, mas ainda gostaria de realizar um sonho, o de ver o Fefecê subir duas divisões, A3 e A2. “Pela minha família eu já teria abandonado o Fefecê, pois acabo pondo muito dinheiro do bolso e me envolvendo demais com o time e deixando de me dedicar mais à família. Já recebi convites para ir trabalhar com outros times maiores. Sempre me ligam e dizem: larga esse time, esse povo não te valoriza, vem para cá. Mas não vou, pois tenho um sonho de fazer o Fefecê subir duas divisões, A3 e A2. Espero que eu tenha forças para conseguir chegar até lá”, conclui Jesus Moreti.