Abril é um mês especial para a agricultura em todo o mundo, mas em especial para o Estado de São Paulo. Comemora-se no dia 15 o Dia de Conservação do Solo e no dia 17 os 12 anos do Programa Melhor Caminho, criado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e da Codasp - Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo.
O dia da conservação do solo foi escolhido em homenagem ao americano Hugh Mammond Bennett, considerado o pai da conservação do solo nos Estados Unidos. Suas experiências lhe renderam o título de conservacionista dedicado, provocando uma reflexão em todo o mundo sobre a importância e a necessidade de um solo fértil, sempre focado na preocupação em garantir o alimento do nosso dia-a-dia e para as futuras gerações.
A conservação do solo, no Estado de São Paulo, passou a ser nos últimos anos uma preocupação constante não apenas orientando e dando condições e apoio aos agricultores como também em ações de governo. Para tanto, em abril de 1997 foi criado o programa Melhor Caminho. A conservação de estradas rurais de terra, preservando os recursos naturais, em especial a água e o solo, prevenindo e controlando processos erosivos decorrentes do escoamento das águas pluviais é um dos principais objetivos desse programa, que recebe apoio especial do governador José Serra.
No Estado de São Paulo são mais de 163 mil quilômetros de estradas de terra. Desse total, o programa Melhor Caminho já atuou e garantiu o transporte da produção agrícola de 7.784 quilômetros, beneficiando, até agora, 403 municípios. Para os próximos dois anos estão previstos mais 3 mil quilômetros de estradas recuperadas. Para se ter uma idéia da grandeza desse programa, somente nos últimos dois anos o governo do Estado investiu mais de R$ 157 milhões para a execução das obras.
Com foco constante na inovação, a Codasp apresenta agora a estrada sustentável ambientalmente, tendo como primeira experiência três trechos no município de Piracicaba, em parceria com a prefeitura local, e que, com certeza, será estendido em breve a outros municípios paulistas. Trata-se da utilização do material proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil como revestimento primário.
O sistema, além de controlar o processo erosivo e o assoreamento dos mananciais e garantir o armazenamento da água e a recarga do lençol freático, tecnicamente trará uma maior durabilidade das estradas. O processo poupa a exploração de jazidas naturais de cascalho. Mas o maior benefício mesmo é dar uma destinação correta aos entulhos provenientes da construção civil. Antes um problema ambiental, os resíduos da construção e demolições terão uma destinação correta, garantindo assim a qualidade do nosso meio ambiente.
Conservar áreas rurais e estradas de terra por meio de seus programas é sinônimo de garantir a produção agrícola e facilitar o seu escoamento em um momento que tanto se fala em crise mundial. São Paulo mais uma vez dá exemplos com resultados práticos e concretos. Esse é o melhor caminho para o desenvolvimento.
* João Sampaio é secretário estadual de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
* Edinho Araújo é presidente da Codasp - Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo
