Desaquecimento do mercado faz cair preço da terra nua

20 de Agosto de 2025

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Desaquecimento do mercado faz cair preço da terra nua
O preço da terra nua na região noroeste paulista caiu entre 25 e 30% em relação a 2008, período em que o mercado de imóveis rurais estava aquecido. Corretores de imóveis chegam a apontar vários fatores que explicariam o fenômeno, mas em relação ao preço, são unânimes: o alqueire de terra tem se mantido no patamar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil.

Diferentemente do ano passado, não há a correria das usinas atrás de terras para o cultivo de cana-de-açúcar. A pecuária, que durante décadas foi um dos principais esteios da economia rural da região, não tem sido vista com bons olhos pelos produtores, principalmente depois da “quebradeira” de frigoríficos. A lavoura de produtos como milho, feijão e algodão está em baixa há muito tempo.

“A terra nua está custando hoje cerca de 70% dos preços que alcançou em 2008”, diz Sidnei Rasteli, 55, corretor da Imobiliária Ideal, de Fernandópolis. Segundo Rasteli, os grandes investidores estão procurando outras formas de aplicação de capital: “Um cliente me disse com todas as letras que nem quer ouvir falar em terras”, garantiu o corretor.

Para Wilson Pereira Santos, corretor da imobiliária Nossa Casa, a crise ‘esfriou’ o mercado. “Não digo que os negócios pararam, e sim que esfriaram, o que empurrou os preços para baixo”, argumenta.

CULTURAS PERENES

Santos ressalva que áreas plantadas com eucaliptos, seringueiras ou mesmo laranjais ainda apresentam preços bem mais elevados, já que dão produção perene. “Dependendo do tamanho dos pés de seringueira, por exemplo, o alqueire pode custar de R$ 50 mil até R$ 70 mil”, disse.

Outra característica da crise, segundo Sidnei Rasteli, é que o dinheiro raramente é a forma de pagamento, pelo menos na integralidade. “Atualmente, a praxe é incluir outros imóveis, como casas e terrenos, ou mesmo outros bens, como veículos, na compra de terras. O dinheiro está escasso no mercado”, comentou.