Fernandopolense volta do Japão com vontade de ficar

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

Fernandopolense volta do Japão com vontade de ficar
O economista fernandopolense Ericsson Fernando Pinto, 28, chegou do Japão com sua mulher Viviane da Silva Correa Pereira, 23, no final de janeiro, após ser demitido pela empresa de celulares em que trabalhava. Junto com ele foram dispensados mais 20 estrangeiros.

O casal foi para o Japão em julho de 2007, mesmo com o pouco tempo de trabalho deu para juntar dinheiro que dá para comprar uma casa. Ericsson não se diz arrependido de ter morado no país. Pelo contrário, se soubesse que a crise que enfrenta o país melhoraria, não pensaria duas vezes para voltar.

“Com menos de dois anos que fiquei no Japão consegui dinheiro para comprar uma casa, no Brasil eu teria que trabalhar 30 ou 50 anos para ter alguma coisa. Não me arrependo de ter ido para lá”, afirmou o economista.

Assim como a família Yashima, Ericsson também teve que voltar para o seu país com recursos próprios, pois o Governo japonês não ofereceu nenhum tipo de ajuda. Com as economias que guardou, o casal teve como voltar para casa.

Mas contam que chegaram presenciar colegas que não tinham nenhuma reserva guardada e estavam desesperados, sem saber como sair do país. “Muitas pessoas não tinham condições de vir embora e ficaram desesperadas. É como se o chão tivesse se aberto. Tiveram que jogar fora móveis, eletrodomésticos. Eu mesmo tive que dar meu carro, pois não tinha como trazer para o Brasil”, disse.

Na empresa em que Ericsson trabalhava, os últimos a serem dispensados, entre os dekasseguis, foram os brasileiros, pois a eram os únicos que conseguiam cumprir as metas impostas pela direção.

Mesmo com a vida puxada que levava no Japão, trabalhando 12 horas por dia, o casal sente saudades e pretende voltar caso a situação venha a melhorar. No país eles deixaram parentes que não pensam em voltar para o Brasil. Com menos de um mês, Ericsson e Silvana conseguiram emprego em Fernandópolis e já estão se estabilizando novamente.