Professor ou psicólogo uma dessas carreiras era o sonho do menino Carlos Augusto Fabbri, ex-pároco da Igreja Matriz de Fernandópolis. Aos 16 anos já se questionava sobre o seu futuro. Sempre fora apaixonado pela arte de ensinar, mas interiormente algo lhe dizia que não era apenas um desejo de ensinar, tratava-se de algo ainda maior. Após conversar com amigos e rezar muito, como era de costume, sentiu-se chamado para uma missão maior: a de ser padre.
Dos quatro irmãos, apenas ele decidiu se dedicar ao ministério sacerdotal. Aos 20 anos ingressou em um Seminário em Ribeirão Preto. Fez quatro anos de Teologia, dois de Filosofia, cursos, seminários, participou de simpósios, estudos.
Em 1986 veio para Diocese de Jales e foi ordenado em dezembro do mesmo ano. Na Diocese foi coordenador de Pastoral; ajudou na formação dos seminários; atuou como diretor espiritual; na pastoral presbiteral e de ministros; participou do Conselho de Pastoral, de Leigos, de Presbíteros; foi coordenador de liturgia e da Comunicação, atuou na Escola de Animadores, Juventude e equipe de subsídios.
Trabalhou na Catedral de Jales, em São José Operário e em capelas rurais. Em 1993, passou a trabalhar em Urânia, onde ficou até 1997. Em seguida foi para Roma fazer mestrado. Lá ficou por dois anos, retornando ao Brasil. Começou a dar aulas em um seminário em São José do Rio Preto. Em Fernandópolis, começou seu trabalho no ano de 2000 e permaneceu como pároco da Matriz nos últimos oito anos. Após um acidente automobilístico em 2002 e dois acidentes vasculares cerebrais (AVC´s) nos últimos anos, decidiu afastar-se para cuidar da saúde.
Atualmente está ajudando o diácono Valdair no núcleo II, onde permanecerá até o final de abril, quando ele será ordenado padre. No momento, Fabbri aguarda para fazer uma cirurgia na perna esquerda que tem oito parafusos, fruto do acidente ocorrido em 2002.
Para Carlos, os oito anos de trabalho na paróquia foram exemplares. Foram oito anos de muito trabalho e de muitas amizades. Lembro-me do primeiro trabalho que realizei em Fernandópolis, que foi a festa de São Sebastião. Era uma festa que eles não queriam que passasse de uma sala de almoço; conseguimos chegar a três salas. A gente sempre conseguia mais de 100 cabeças de gado, fora os quatro leilões. A renda do almoço eu destinava à periferia. A gente só fica com o leilão de gado, porque embora o dízimo desse para pagar as despesas no geral, tinha muitas despesas extras na comunidade. Fizemos várias reformas, no piso do altar do altar, nos bancos e vidros do fundo da Igreja Matriz, fizemos uma secretaria nova, reformas na Igreja da Aparecida e do centro pastoral. O dízimo também cresceu, quando cheguei era de cerca de R$ 8 mil, quando saí da paróquia já era de aproximadamente R$ 25 mil. As ofertas giravam em torno de R$ 2 mil, depois passou para cerca de R$ 11 mil. E isso tudo foi muito bom, não pelo valor, mas porque criamos condições para poder trabalhar, para poder ajudar mais os outros. E tantas outras coisas mais, então, eu acho que foram oito anos de muito trabalho e de muita luta. Eu fico feliz, pois me afastei como padre, mas deixei um trabalho solidificado, uma comunidade mais animada para trabalhar, desabafou Fabbri.
Um dos sonhos de Carlos é voltar a dar aulas e poder ajudar mais pessoas a se formarem, mas devido aos problemas de saúde, ele se encontra impossibilitado. Com 22 anos de ministério diz sentir-se realizado. Segundo ele, caso não fosse padre seria, então, professor ou psicólogo por gostar de ajudar e orientar as pessoas.
Aos 50 anos, Carlos declara: hoje não me vejo sem ser padre, embora tenha ficado um tanto quanto limitado após o acidente e os AVC´s. Tenho muitos sonhos, confio em Deus, Ele sabe de todas as coisas e, certamente, sobre o caminho que me aguarda pela frente, concluiu o padre Carlos Augusto Fabri.