Cristãos celebram Semana Santa

20 de Agosto de 2025

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Cristãos celebram Semana Santa
O mês de abril é um dos mais esperados pelos cristãos devido à comemoração da Páscoa. Diferente do apelo comercial que é feito neste período através dos ovos de chocolate, a origem da Páscoa vem da palavra hebraica “pesach” e do grego “pascha” que significam “passagem”, e que podem ter diversos significados, tais como: passagem da morte para a vida; passagem de Deus para nos salvar ou passagem da escravidão para a liberdade.

Esta ideia está implícita no livro de Êxodo da Bíblia, no capítulo 12. A Páscoa era celebrada com a morte de um cordeiro no dia 14 de Abibe, que significa espigas verdes e corresponde ao primeiro mês do calendário hebraico.

Em primeiro lugar, a Páscoa significa libertação. Uma festa que marcava o fim da opressão escravizadora de Faraó sobre o povo hebreu. Hoje, os cristãos celebram a libertação e o livramento que fora efetuado mediante a morte de Jesus Cristo. Através desse sacrifício restaurou-se a alma, espírito e corpo dos povos que deixaram de ser escravos para se tornarem livres.

A Igreja Católica tem uma programação especial nesse período. Logo após a quaresma – que para os Católicos é tempo de forte conversão, jejum, esmola e oração, vem a Semana Santa. Ela começa no domingo de Ramos e termina no domingo de Páscoa. O ponto central do ano litúrgico está na Semana Santa, com a celebração do Ministério Pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

O domingo de Ramos é celebrado em dois momentos: a comemoração da entrada de Jesus em Jerusalém, com bênção dos ramos e procissão e a celebração da Eucaristia, com a narração da Paixão. Os dois aspectos desta celebração dão um caráter de antecipação figurada da Páscoa: as multidões aclamando o Cristo vencedor em sua Paixão.

Nesse dia, os católicos levam para a celebração ramos verdes, que são sinal de alegria pela vitória de Cristo. Esses ramos devem lembrar o compromisso com o projeto de Jesus. Na quinta-feira Santa celebra-se o ministério da instituição da Eucaristia. Segundo o pároco da Igreja Matriz de Fernandópolis, José Aparecido Ferro Martinez, o padre Zezinho, a Páscoa dos judeus fazia memória da libertação da escravidão no Egito, mas Jesus dá um novo sentido para esta ceia.

“Ele toma o pão e diz aos discípulos: ‘Isto é meu corpo que será entregue por vós’, partindo-o reparte entre os discípulos. Em seguida toma a taça de vinho e diz: ‘Isto é o meu sangue, sangue da Nova Aliança, derramado por vós para remissão dos pecados’. E ainda diz: ‘todas as vezes que fizerem isso, façam em memória de mim’. Nesta mesma ceia Jesus também nos surpreende com o conhecido e sempre lembrado gesto do lava-pés, que nós realizamos na igreja. Esse é um gesto de serviço, de doação amorosa ao próximo”, esclareceu o padre Zezinho.

Na Sexta-feira Santa a igreja celebra o mistério da morte de Jesus na cruz e no sábado - conhecido como Sábado Santo - é o dia do silêncio e da oração. Tempo de contemplação e de espera da ressurreição do Senhor. É também o grande dia de Maria, a hora de Maria, a qual, mais uma vez haverá de guardar todos esses momentos, meditando em seu coração. Nesse dia também é realizada a Vigília Pascal. No domingo, é comemorado o Domingo da Ressurreição de Cristo.

Já os evangélicos, em geral, comemoram a Páscoa com a celebração da Santa Ceia. Alguns aspectos se encontram presentes nessa Ceia, tais como:

- A celebração: “Fazei isso em memória de mim”. A Ceia do Senhor trata-se de um memorial para recordar o sacrifício de Cristo que morreu para libertar a todos do pecado.
- A aliança: A Santa Ceia fala da Nova Aliança instituída por Jesus no seu sangue. Jesus Cristo derramou seu sangue para fazer com o ser humano um pacto, uma aliança.
- A ordenança: Trata-se de uma ordenança que Jesus deixou para ser cumprida pela sua Igreja: “fazei isso em memória de mim.”
- O testemunho: A Ceia não é apenas uma recordação, mas, ainda, um testemunho, pois anunciamos a sua morte (“...anunciais a morte do Senhor...”) e a sua volta (“...até que venha.”).
- O simbolismo: os elementos simbólicos: o pão - que simboliza o corpo de Cristo partido da cruz - o fruto da vinha - que simboliza o sangue de Cristo derramado na cruz. Tais elementos foram escolhidos pelo Jesus (Lucas 22:15-20).
- O discernimento: durante a celebração todos fazem um breve exame de consciência sobre a comunhão com o Cristo.
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Algumas igrejas também comemoram a Páscoa semelhante ao Antigo Testamento. É o caso da Comunidade Evangélica Betânia – situada no bairro Coester – cujo pastor Diocélio Xavier Rocha fará a celebração com ervas amargas, pão asmos (sem fermento) e um cordeiro. Segundo consta no livro de Êxodo na Bíblia, a Páscoa foi instituída no Egito para comemorar o acontecimento culminante da redenção de Israel, cujos elementos da Páscoa eram:

- O cordeiro: representava o preço da redenção e libertação de Israel do Egito; o sacrifício.
- O sangue: representava a expiação.
- Pães asmos: revelavam a pressa com que abandonariam a terra do Egito. A farinha amassada sem ter recebido o fermento, por falta de tempo.

- As ervas amargas: recordavam a opressão do Egito e a amargura do cativeiro.

De acordo com Diocélio, o cordeiro pascal era um “sacrifício” a servir de substituto do primogênito, que prenunciava a morte de Cristo em substituição a morte do homem. “Esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito filho de Deus. Alimentar-se do cordeiro representava identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, que a salvou da morte física. Assim como no caso da páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte dele na cruz, foi eficaz”, disse.

Nesse sentido, a Páscoa devia ser celebrada por todos, segundo Diocélio, com profunda reverência, pois Cristo foi a nossa Páscoa. Sua vida foi posta como a de um cordeiro que sendo morto derramou seu sangue em favor de muitos. “A Páscoa nos desperta para o fato de que a obra de Jesus foi suficiente para conceder libertação também a nossa família. Cristo, nesta ocasião, quer nos despertar para o compromisso que temos com Ele e com nossa família. Não se trata de uma festa onde se compra ou se ganha ovos de chocolate; é muito mais do que isso. Não existe nenhum problema em comer chocolates nos dia de Páscoa, mas não podemos esquecer do verdadeiro significado para nossas vidas e para o nosso lar”, concluiu Rocha.