A Prefeitura de Fernandópolis está elaborando um projeto de duplicação de dois quilômetros da rodovia Percy Waldir Semeghini, com uma rotatória para ligar os bairros Uirapuru e Cohab João Pimenta.
Segundo a assessoria de imprensa municipal, essas obras estão ligadas ao projeto de duplicação do trecho urbano da Rodovia Euclides da Cunha, na altura do km 555, onde a estrada separa o Jardim Redentor do Jardim Ipanema, em Fernandópolis.
O projeto ainda tem que passar por aprovação do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) e pelo processo licitatório. A previsão é que as obras sejam concluídas no início do próximo ano, de acordo com a assessoria da Prefeitura.
O custo estimado - R$ 13 milhões é semelhante ao que o governo gastou há um ano na duplicação de 2,5 quilômetros e a construção de um viaduto, próximo ao bairro Brasilândia.
O projeto de ligar o bairro Uirapuru à Cohab João Pimenta é uma reivindicação antiga dos moradores do bairro, segundo relatou a empresária e moradora do Jardim Uirapuru, Laíde de Oliveira Ferreira, 64. Laíde - que tem um bar há 12 anos próximo à rodovia - afirmou que quatro mortes já ocorreram no local, além dos atropelamentos sem vítima fatal e acidentes automobilísticos.
Já morreram três homens e uma mulher nessa rodovia. Eu presenciei todos. Sem contar com outros acidentes menos graves. Eu fui presidente desse bairro por duas vezes, na época cheguei a fazer um abaixo-assinado com 500 assinaturas e encaminhei para o prefeito Armando Farinazzo. O DER veio aqui por quatro vezes para fazer um estudo, mas até hoje nada. Já nem acredito que um dia isso vai acontecer. Entra prefeito e sai prefeito e é só promessas. Dessa vez é verdade?, perguntou Ferreira.
Já o ajudante de eletricista Mauro Orlando Melo, 38, que mora no mesmo bairro há 24 anos, disse que a velocidade em que os carros passam pela rodovia é muito alta, chega a mais de 120 km por hora.
Os carros passam aqui em alta velocidade. Isso é um perigo para as crianças, adolescentes e idosos que atravessam a rodovia todos os dias para ir à escola, creche ou trabalho. Um vizinho meu - o Áureo, de 50 anos morreu atravessando essa rodovia. Ele foi atravessar e um carro o atropelou, jogando seu corpo a 30 metros de distância. Nós já cansamos de reclamar, mas ninguém faz nada, reclamou Melo.
A equipe de reportagem de CIDADÃO esteve no local na última quinta-feira, 26, por volta do meio-dia e, por cerca de meia hora, flagrou diversos estudantes atravessando a movimentada rodovia.
Um dos menores se disse acostumado com o perigo porque faz o mesmo percurso várias vezes ao dia. Minha mãe é que fica preocupada, mas não tem outro caminho, então o jeito é passar por aqui, concluiu o adolescente.