Durante a execução da operação denominada Dupla Identidade, policiais federais de Jales prenderam na tarde desta terça-feira, 24, três homens que aplicavam golpes na Caixa Econômica Federal de São José do Rio Preto, recebendo valores referentes a indenizações pagas pelo INSS a segurados em razão de decisão judicial.
A investigação teve início há aproximadamente dois meses, quando foi identificado um empresário do município de Pereira Barreto que obtinha informações privilegiadas sobre beneficiários com direito a créditos referentes a indenizações de revisão de benefícios do INSS. Tais valores estariam à disposição na Caixa Econômica Federal.
O empresário M. L. R., 36 anos, líder do grupo, obtinha a relação desses beneficiários, providenciava documentação pessoal falsa e aliciava pessoas que se passavam pelos verdadeiros beneficiários e iam até a agência onde recebiam as quantias que variavam de R$ 1 mil a R$ 50 mil.
Em um único flagrante, feito nesta terça-feira, A PF conseguiu recuperar R$ 33 mil que foram sacados de uma agência da Caixa Econômica Federal de São José do Rio Preto e impediu que outros R$ 30 mil fossem sacados em outra agência.
A maioria dos beneficiários é composta por pessoas que, depois de muitos anos, ganharam na Justiça a indenização em ações de revisões de benefícios, mas que não conseguiram retirar os recursos por algum motivo, como mudança de endereço, morte ou doença. Em alguns nomes da lista encontrada hoje com os suspeitos, havia inscrições como "em coma e "internado na UTI".
A partir de agora, a investigação será concentrada em descobrir como o líder do grupo tinha acesso às informações privilegiadas dos beneficiários. Para os federais, é possível que o empresário tenha contato no INSS, CEF ou em algum outro órgão que tenha acesso a esses registros.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no município de Pereira Barreto, onde foi encontrada, no escritório da concessionária de motos do empresário, uma lista contendo vários nomes de pessoas que possivelmente foram vítimas do grupo. Essas informações serão averiguadas no curso das investigações.
O empresário e os outros dois presos - E.M.T., 52 anos, e E.S., 51, ambos residentes no município de Andradina (SP), responderão pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha. Se forem condenados por todos os crimes, poderão pegar até vinte anos de prisão.
Eles estão sendo ouvidos na Delegacia de Polícia Federal em Jales e posteriormente serão encaminhados para a cadeia local, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.