Irmão de Clodovil vive em Fernandópolis

20 de Agosto de 2025

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Irmão de Clodovil vive em Fernandópolis

O CIDADÃO entrevistou nesta sexta-feira, 20, um dos irmãos biológicos do deputado federal Clodovil Hernandez, que faleceu na terça-feira, 17, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O entrevistado, que preferiu não se identificar, disse que o pai teve três casamentos. Clodovil nasceu no segundo e ele no terceiro. Em 1997, sua esposa – que também preferiu não se identificar – escreveu uma carta para Hernandez falando do parentesco e dando notícia dos familiares. Na mesma semana ele entrou em contato com ela pelo celular e disse que queria saber mais sobre sua família.

Clodovil pediu para que ela juntasse o máximo de informações sobre sua família biológica e lhe enviasse. Durante a conversa ele se mostrou bastante feliz por ter reencontrado os familiares e chegou a passar o número do telefone de sua casa para que ela ligasse quando tivesse vontade.

Ela chegou a telefonar duas vezes, mas ele estava dormindo, já que era seu hábito acordar por volta das 14h, conforme informou um dos funcionários que a atendeu.

“Meu pai sempre foi muito pobre. Ao todo teve três esposas e 12 filhos - metade já morreu. Dos que sobraram, tenho contato com todos. O Clodovil ficou espantado com tantos fatos descritos na carta pela minha esposa, que comprovavam o parentesco, como a cidade onde nascemos, o ano, a idade, a quantidade de irmãos. Ele foi muito simpático ao telefone. Nós sentimos bastante a sua morte. Alguns amigos quiseram me levar ao enterro; mas prefiro ficar no anonimato, não quero nenhuma herança e nem polemizar nada”, disse o irmão biológico de Clodovil.

Um dia antes dessa entrevista, outros dois moradores de Fernandópolis, Odair e Maria da Silva, também revelaram à equipe de reportagem do CIDADÃO que o pai biológico de Clodovil morou na cidade na década de 50 e que possuía uma “venda” na avenida Amadeu Bizelli, entre as ruas Minas Gerais e Bahia.

A afirmação é contestada pelo filho: “Meu pai morou em Brasitânia e em Fernandópolis, mas não era comerciante. Ele sempre trabalhou na lavoura”, disse o filho.

Odair, aos 84 anos, lembra que o homem sempre comentava que era pai de Clodovil, que na época, já era um famoso estilista. Intrigado, Silva chegou a se perguntar por que ele vivia de maneira tão simples, quando tinha um filho rico.

A resposta dada ao aposentado foi que o filho não gostava dele pelo fato de tê-lo dado em adoção para uma família rica, uma vez que não tinha condições de sustentá-lo na época.

“Eu vinha sempre na venda dele, tinha de tudo para comprar. Outras pessoas mais antigas - que ainda vivem, como o Waldemar sapateiro e a dona Maria – lembram. Ele era muito sério, tinha a pele morena, o cabelo já grisalho. O finado Clodovil parecia muito com ele. Isso foi, aproximadamente, em 1956, depois disso eu mudei para Goiás e só voltei depois de oito anos. Ele já não estava mais aqui. Não sei se morreu”, concluiu Odair.