Prefeitura arcará com prejuízos da chuva; para Defesa Civil, não houve calamidade

20 de Agosto de 2025

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Prefeitura arcará com prejuízos da chuva; para Defesa Civil, não houve calamidade
A Prefeitura de Fernandópolis informou à reportagem de CIDADÃO esta semana que terá que arcar com os prejuízos do temporal ocorrido na cidade no dia 2 de janeiro. Segundo a Assessoria de Imprensa Municipal, “para contabilizar os estragos, a Defesa Civil do Estado de São Paulo enviou inspetores que constataram que a situação não era de emergência nem de calamidade pública. A Prefeitura, através da Diretoria de Obras, providenciará a ajuda necessária às famílias prejudicadas”.

Ainda segundo a assessoria, “as assistentes sociais - em conjunto com os engenheiros - visitaram 19 residências onde ocorreram os desastres naturais e se tratavam de famílias de baixa renda que já estavam abrigadas em parentes ou haviam providenciado moradia. A elas foram fornecidos alimentação “in natura” e cobertores, devido ao estado de emergência”.

Até o momento nenhuma vítima do temporal obteve auxílio da Prefeitura, o que tem gerado indignação. Uma moradora da rua Bandeirantes no Jardim Santista, Márcia, foi obrigada a demolir sua casa, pois a Prefeitura alegou que não poderia oferecer ajuda, uma vez que a casa foi construída irregularmente, sem supervisão de um engenheiro.

Márcia alugava a casa de fundo, por R$ 150, para a irmã do vereador Rogério Pereira da Silva, o Chamel, Salmas Pereira Silva, 39. Em virtude do ocorrido, Márcia teve que demolir a casa e deixar de ganhar o valor mensal do aluguel. Já Salmas, teve que alugar às pressas uma casa inferior e mais cara, R$ 240.

Sobre esta situação, especificamente, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que “a casa não teve o acompanhamento de um engenheiro, foi feita na clandestinidade e não têm registro de construção, o que impossibilita a Prefeitura de ajudar. No caso dos moradores em que foram constatados danos e cuja casa estiver regularizada, eles terão a ajuda, mas não há previsão”.

Dois outros moradores, uma do Jardim Santista e um do Centro, foram visitados pelo engenheiro Alcides Samenzati – coordenador responsável pela área – que disse que a Prefeitura não tem culpa, uma vez que a chuva foi por “força da natureza”.

“Eu perdi vários móveis e eletrodomésticos. Eu e meu cachorro ficamos doentes, tive que gastar com remédios. A assistente social da Prefeitura veio aqui e disse que o engenheiro não podia ter falado daquele jeito e que eu e minha família seríamos ajudados pelo município, mas até agora nada”, reclamou Sônia.

Sem decisões concretas por parte do Poder Público, os moradores temem ficar no prejuízo.