Maria Luiza Marques Mandarino, mais conhecida com Malu Mandarino, nasceu na cidade de Populina em 1956. É a filha primogênita de Manuel Francisco Marques - um português que havia chegado ao Brasil quatro anos antes - e de Olga Valiani. Eles tiveram quatro filhas.
Malu teve uma infância modesta - estudou em escola pública, por sinal, a única que havia na cidade. Como toda criança da época, auxiliava a mãe nos afazeres domésticos e cuidava das irmãs mais novas.
Aos domingos, o grande lazer da cidade era passar a tarde com os familiares e amigos no Ribeirão Santa Rita que ficava próximo a uma ponte que dava acesso à cidade de Ouroeste.
Aos 15 anos, Malu foi estudar em São José do Rio Preto, onde concluiu o colegial. Quatro anos depois ela se mudou para a capital paulista, fez cursinho e, dois anos depois, ingressou no curso de Serviço Social da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).
Paralelamente, começou a trabalhar como secretária júnior, na empresa de engenharia Figueiredo Ferraz, do ex-prefeito de São Paulo José Carlos de Figueiredo Ferraz. Lá, conheceu seu marido, o engenheiro Edmo Mandarino, filho de um médico, cuja família residia em São José do Rio Preto.
Em 1978, Malu e Edmo se casaram e, mais tarde, devido a uma gravidez de risco e ao trabalho do marido - que sempre tinha que mudar de cidade Malu precisou interromper os estudos no segundo ano da faculdade; não conseguindo mais retomar.
Em setembro de 1983, Edmo conseguiu transferência para Fernandópolis e ficou mais próximo dos familiares. Em 1986, Malu começou a trabalhar como agente de viagens na Rodojet que, na época, tinha filial em Fernandópolis. Depois trabalhou na Jet Way, em seguida, Nirvana Turismo e, em 1993, na Mandarinos Turismo.
Turismo, vender viagens não é simplesmente vender um produto; é vender sonhos e eu sempre fui apaixonada pelo meio. Trabalhando na área, tive o privilégio de conhecer o Brasil, França, Itália, Espanha, África do Sul, Estados Unidos, América do Sul, República Dominicana, México, Caribe. Com isso, tive oportunidade de conhecer a arquitetura, a história e a cultura de outros povos, disse Malu.
A partir de 1995 a vida de Malu deu uma reviravolta com uma série de doenças na família. Em 1995 descobrimos que uma pessoa da família tinha um problema de saúde de certa forma grave, que poderia perder a visão, devido a um glaucoma de difícil controle. Apesar dos altos custos e com dificuldades para manter o tratamento, procuramos os melhores especialistas, importávamos medicamentos que, naquela época, quando uma nova droga era lançada no exterior demorava algum tempo a chegar no Brasil, situação que me deixava extremamente deprimida, lamentou.
Em 2000, veio o pior de todos desafios para Malu. Na melhor fase de seu casamento, com os dois filhos no último ano de faculdade, viagem marcada para o exterior, foi diagnosticado um câncer em seu esposo e, oito meses depois, ele faleceu. Os sonhos do casal, de aproveitar mais a vida, viajar, trabalhar menos uma vez que os filhos já estariam formados - acabaram naquele momento.
Três anos depois, foi a vez do pai de Malu, que foi acometido de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nem mesmo havia se recuperado da perda do marido, teve que trazer o pai para sua casa. Há quatro anos vem cuidando dele, que já passou pelo terceiro AVC e volta e meia permanece acamado. São desafios que, mesmo sofrendo com a situação, nos fortalecem para enfrentar a vida de frente, com coragem, desabafou Malu.
No final de 2006, ela foi convidada pela ex-prefeita Ana Bim para assumir a Diretoria do Bem Estar Social. Depois de muito refletir, resolveu aceitar o desafio, acreditando que poderia utilizar seus 25 anos de experiência em empresas privadas, na gestão pública. Eu me enganei, é completamente diferente. Tem a burocracia, nem sempre há dinheiro, não tem dotação, é tudo muito engessado. Mas encontrei na Diretoria e nos departamentos, profissionais competentes que me apoiaram no cumprimento dos programas sociais desenvolvidos pelo município, Estado e União. Tinha ainda um grande desafio, com prazo para executar: a implantação do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e dois CRAS (Centro de Referencia de Assistência Social) o que foi cumprido dentro do prazo e nos 18 meses em que estive diretora , acrescentou Malu
No final de abril de 2008 - reta final do mandato de Ana Bim - Malu foi convidada para assumira Diretoria de Cultura e acabou aceitando mais esse desafio. O curto tempo na pasta deixou saudades, segundo Mandarino. Eu me apaixonei pela diretoria de cultura. Era um trabalho dinâmico, criativo com resultado imediato, pois você via ou não a satisfação do público. A diretoria de cultura também é um mundo de sonhos, assim como o Turismo, disse
Hoje Malu voltou a trabalhar na Mandarinos Turismo e a se dedicar ao que tanto gosta. Seu maior sonho, além de viajar, é poder trabalhar, sentir-se útil e jamais ficar ociosa. Meu maior sonho é continuar trabalhando, pois tenho fobia de ficar à toa, parada, melhorar a minha qualidade de vida atual, ter a companhia de muitos amigos e envelhecer bem, concluiu Malu Mandarino.