População de despede de seu mais apaixonado prefeito

20 de Agosto de 2025

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População de despede de seu mais apaixonado prefeito
Vítima de parada cardíaca e complicações decorrentes de problemas renais, o ex-prefeito de Fernandópolis Antenor Ferrari faleceu na última quinta-feira, 26, por volta das 18h, na UTI da Santa Casa de Misericórdia. Ferrari tinha 78 anos. Nascido em Santa Adélia, em 9 de março de 1930, ele se mudou para Fernandópolis no final da década de 40. Com o irmão Armelindo, montou uma fábrica de bebidas e refrigerantes.

Em 1972, elegeu-se prefeito, para comandar o município no quadriênio 1973/1976, período no qual solucionou o crônico problema de falta de água na cidade, ao firmar convênio com a Sabesp. Fernandópolis foi a segunda cidade do Estado de São Paulo a fechar contrato de prestação de serviços de tratamento de água e esgoto com a estatal.

Entre suas conquistas, se destacam ainda a criação do 16º Batalhão de Polícia Militar do Interior – 16º BPM-I - e a concepção e luta política pela criação da Fundação Educacional de Fernandópolis – FEF, inclusive com a redação de seu estatuto. A FEF iniciou atividades na administração seguinte, de Milton Leão.

Ferrari foi também vereador e presidente da Câmara Municipal. Ultimamente, ele se dedicava à administração de sua propriedade rural no distrito de Brasitânia. Casado com Ida Mantovani Ferrari, deixa sete filhos: Any, Alci, Antenorzinho, Ana Rita, Alberto, Amauri e Angélica.

O prefeito de Fernandópolis, Luiz Vilar de Siqueira, decretou luto oficial de três dias pela morte de Antenor Ferrari.


EMOÇÃO
No velório do ex-prefeito, realizado no Palácio 22 de Maio, sede da Câmara Municipal, a emoção era visível. Velhos amigos e companheiros de lutas políticas recordavam episódios da marcante presença de Antenor Ferrari no município de Fernandópolis. “Era uma das pessoas mais agradáveis que conheci”, emocionava-se o oficial de Justiça José Lucheta, presidente da Associação Ítalo-Brasileira de Fernandópolis. “Um verdadeiro gentleman”, completou.

O empresário Wagner Coneglian, vizinho de Ferrari há 36 anos, não conseguia conter as lágrimas: “Era um homem bom, que só fez o bem. Nós todos vamos sentir muito a sua falta”, disse.

Para Alencar César Scandiuzi, jornalista que acompanhou a carreira de Ferrari, ele era mestre na política do bom relacionamento. “O ‘Pavão’ sabia agregar em torno dele as correntes contrárias – sempre pregando que o partido mais importante era Fernandópolis. Um grande político e ser humano. Nenhum outro prefeito foi tão apaixonado pela cidade”, considerou.

Representantes de todas as entidades de assistenciais e de classe de Fernandópolis enviaram representantes ao funeral. Coroas de flores lotavam o salão nobre da sede do Poder Legislativo.

Por volta das 13h, o féretro seguiu em direção ao Cemitério Municipal, onde a multidão de amigos e admiradores deu o último adeus ao prefeito alegre e irreverente, que não tinha o menor pudor de cantar seu amor por Fernandópolis.


Homenagem

“A perda de Antenor Ferrari representa muito, pois por mais de 60 anos esteve em Fernandópolis com sua família, ajudou no desenvolvimento da cidade, exterminou o problema da água e foi um grande prefeito que soube aproveitar a construção da Usina da Água Vermelha em favor da cidade. Foi justamente na época em que ele foi prefeito, de 1973 a 1976. Depois foi também presidente da Câmara - na época em que o prefeito era o Adilson Campos, já que Newton Camargo tinha falecido – e deixou um legado de obras e serviços prestados à comunidade” (Ricardo Franco de Almeida, advogado e assessor jurídico da Câmara Municipal).

A perda do Antenor Ferrari é muito grande, como político e amigo, pois há mais de 60 anos ele vestia a camisa de Fernandópolis. A cara dele representava a cara de Fernandópolis. (Creusa Nossa, vereadora).

Eu acho que a cidade perde mais um grande político que vai deixar muitas saudades. Ferrari foi um prefeito que passei a conhecer quando vim para Fernandópolis, em 1973, uma pessoa que muito lutou e amou essa terra. Então quem perde é a cidade e a população (Dorival Pântano, vereador).

Sem dúvida nenhuma, a cidade amanhece um pouco mais pobre, porque Antenor Ferrari significou conquistas, otimismo e plena fé em Fernandópolis. O Ferrari sempre foi um eterno apaixonado pela cidade, que ele representou muito bem quando a administrou, sempre buscando melhorias e novas conquistas. Naquele momento difícil de ditadura militar, em nenhum momento ele deixou de acreditar e de carregar aquele otimismo. A esperança e fé no futuro de Fernandópolis (Henri Dias, advogado, presidente da OAB).

Uma perda muito grande, quase que insubstituível, ele foi meu mentor, aprendi muito com ele. Foi um grande pai, homem, político, uma grande pessoa. Fernandópolis teve uma grande perda, vai ser difícil substitui-lo. (Warlei Campanha de Araújo, presidente da Câmara).

A morte de Antenor Ferrari representa a perda do homem da paz, ele transpirava e irradiava paz, felicidade e harmonia. Particularmente, eu tinha um carinho e amizade enormes por ele, que sempre me abraçava e dizia: ‘Minha amiga, eu desejo a você todas as coisas melhores do mundo. Então, perde-lo significa perder alguém que por onde passa só deixa carinho, perfume de flor, amizade, respeito, foi um prefeito inigualável com toda sua sabedoria, com seu jeito de administrar pessoas e coisas. Eu não sei se nessa altura da vida, depois de toda família já criada e organizada, mas o que nós perdemos não foi apenas o homem que ainda batalhavam politicamente, mas o exemplo que ele deu e dava a cada dia. (Adélia Meneses, educadora).

Foi uma grande perda para a cidade pela pessoa que ele foi, mas a gente precisa lembrar nesse momento as coisas boas que o ‘seu’ Antenor fez. Eu me lembro que, como prefeito, ele trouxe a água e o 16º Batalhão da Polícia Militar. Então, se Fernandópolis hoje tem um dos menores índices de violência do Estado, nós devemos também a ele; se temos a melhor água, devemos também a ele. E o ‘seu’ Antenor soube conciliar o amor que ele tinha pela família com o amor pela cidade. E isso é muito difícil para um homem público. Ele não desistia nunca da cidade, mesmo debilitado se candidatava aos cargos públicos, enfim, uma perda como pessoa muito grande, mas no futuro vai ser lembrado como uma pessoa boa pelo que ele deixou. (Evandro Pelarin, juiz de Direito).

Trata-se de uma perda irreparável, porque o Ferrari foi uma pessoa que sempre demonstrou empenho pelas coisas de Fernandópolis. Teve uma história política e familiar muito bonita, que Fernandópolis sempre vai saber respeitar. (Edilberto Donizete Pinato, advogado).

É um choque muito grande para Fernandópolis, que acaba de perder alguém que representou muito para a cidade. Foi um bom prefeito e uma boa pessoa, bom pai. Infelizmente mais um grande homem de Fernandópolis se foi. (Ernesto Camargo Freitas Neto, comerciante).

Antenor Ferrari foi uma pessoa extremamente importante, porque sempre participou da vida política e social de nossa cidade. Além disso, era uma pessoa fantástica, quem o conheceu sabe que ele não media esforços para ajudar às pessoas. Uma grande perda, que não se substitui. (Carlos Lima, farmacêutico-bioquímico).

A morte de Ferrari representa a perda de um grande prefeito, que foi um exponencial para a cidade, uma pessoa sempre ligada às entidades. Um bom pai, amigo, conselheiro, que ficou na história, marcado em nossos corações e nas coisas feitas pela cidade. Ele fez história e a gente vai guardá-lo na lembrança. Que as próximas gerações se mirem no exemplo de postura do sr. Antenor, que para mim era como um padrinho, amigo da família e a gente sente muito por isso. (Antônio Carlos França, agropecuarista).

Que perda! Sou até suspeito para falar, pois fui seu vizinho por 36 anos. Figura maravilhosa que sempre ajudou a todos, nunca prejudicou ninguém, nós vamos sentir muita falta. (Wagner Coneglian, empresário).

A morte de Antenor Ferrari é a perda de um grande político da velha-guarda, alguém que foi prefeito, presidente da câmara, vereador. Inclusive na minha ultima gestão ele foi presidente da Câmara e nós tivemos um bom relacionamento. A câmara aprovou todos os projetos de interesse da comunidade, sempre discutíamos, mas chegávamos a um acordo em prol da cidade. Ele foi uma pessoa que dedicou boa parte da sua vida a defender as causas de Fernandópolis. É uma grande perda, ele foi um grande político à moda antiga, que não se vê mais. (Adilson Campos, empresário, ex-prefeito de Fernandópolis).

Estamos vivendo a perda de um homem que por muito tempo lutou por Fernandópolis, foi um desbravador, ligado àqueles princípios que hoje a gente não encontra mais. Ferrari tinha uma visão de lutar pelo crescimento da cidade. Percebia-se que ele era uma pessoa que tinha na política um prazer enorme e uma paixão muito grande por Fernandópolis. É como se a cidade perdesse um pouco da sua identidade. (Humberto Cáfaro Filho, engenheiro agrônomo).

Uma parte da história de Fernandópolis está se encerrando com esse ciclo. Eu acho que o Antenor Ferrari foi um dos melhores prefeitos que passou pela cidade e deixou a sua marca. Hoje, Fernandópolis perde uma parte da sua história. (Raul Bíscaro Filho, delegado de polícia).

O nosso sentimento é de perder uma grande figura, um amigo, pessoa de posição conciliadora que como prefeito deixou a sua marca, como tantos outros que por aqui passaram, porém com a diferença de que ele era um mestre da conciliação. De família cristã, sempre pregou o respeito que cada um merece. (Diomar Pedro Durval, delegado de polícia).

Fernandópolis perdeu o seu maior líder político, porque Antenor tinha características próprias de líder, especialmente a de cativar. Ele sentava em uma roda de amigos e conseguia monopolizar as conversas em termos das brincadeiras, dos casos que ele contava. Ele dominava a roda. Eu aprendi muito com Antenor, foi a maior liderança. Falo com muito respeito que tenho à memória do doutor Percy Semeghini – que também foi um grande líder – à memória do Newton Camargo. Eu fiquei dez anos na prefeitura, mas realmente, o Antenor pregou, cativou, conquistou e fazia tudo com o coração aberto. Eu perdi um amigão. Eu brinco com os filhos dele e digo: Antenor teve três filhos homens, eu quero ser o quarto”. (Milton Leão, advogado, ex-prefeito de Fernandópolis).


É a perda de uma grande parte da história da cidade, o Antenor fez parte de uma história muito ativa, como prefeito, presidente da Câmara, vereador. Exercendo esses cargos, não só trouxe muitas melhorias para Fernandópolis, como era um grande contador de histórias, por isso digo que Fernandópolis perde uma parte muito grande da sua história. (Fernando Jacob Filho, advogado).