Carlos Takeo Sugui nasceu na zona norte de São Paulo, passou boa parte de sua vida morando na capital e jamais pensara em morar no interior. Aos 16 anos, em um ímpeto, começou a trabalhar para provar ao pai que poderia ter o seu próprio carro. Quando vi meu irmão de 18 anos dirigindo, disse ao meu pai: quero dirigir também. Então ele me disse: então trabalhe e compre um carro. Foi o que eu fiz, comecei a trabalhar aos 16 anos e nunca mais parei, disse Sugui.
Seu primeiro serviço foi no Banco das Nações, no setor de contabilidade. Depois de quase dois anos, foi convidado para trabalhar no América do Sul, no setor de câmbio. Nessa época, começou a fazer a faculdade de engenharia, mas acabou não concluindo. Na mesma agência, conheceu a sua esposa, Mari. O namoro começou, segundo Carlos, a partir de um sapato de treliças. Eu sempre gostei muito de sapatos e o pai da Mari tinha uma loja de calçados. No dia que nos conhecemos eu estava usando um par de sapatos de treliças. E não era normal um jovem usar um sapato daqueles naquela época. Ela então ficou olhando para os meus pés e, a partir, daquele dia começamos a nos falar, foi surgindo uma amizade e acabamos nos casando tempos depois.
Passados seis anos, Carlos foi trabalhar em outro banco, o Noroeste, no setor de auditoria de câmbio. Ali, teve a oportunidade de viajar e conhecer várias cidades do Brasil, como Salvador, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Manaus, Rio de Janeiro, entre outras.
Após dois anos, foi convidado para trabalhar como auditor de contas no Banco Mercantil, que foi o último banco em que Sugui trabalhou. Depois trabalhou na Moto Rádio até 1990. Nessa época, Carlos e sua esposa pensavam em se mudar para o interior, pois o médico já havia alertado que se eles não mudassem para o interior a bronquite da filha de dois anos se tornaria crônica.
Certo dia, lendo o jornal, Carlos encontrou um anúncio de emprego na empresa Facchini de Garulhos e foi em busca da vaga, mas durante a entrevista, soube que o cargo a ser ocupado era para uma filial na cidade de Votuporanga. Sugui se animou. Quando chegou em casa, comentou com a esposa, que não deu muita atenção, pois jamais imaginava que ele deixaria a capital para morar no interior, longe de sua família.
No dia seguinte, Carlos recebeu uma ligação da empresa dizendo que ele havia sido selecionado e que teria duas horas para dar a resposta. Sem consultar a família, Carlos - de súbito - disse sim. Quando eu dei a notícia à minha esposa, de que nos mudaríamos para o interior, ela ficou estática, muda. No fundo acho que ela pensava que fosse uma brincadeira, custou a acreditar, disse Sugui.
A princípio, Carlos veio com a filha de dois anos e deixara Mari em São Paulo, com o filho de seis meses, pois ela não teve como se desligar do hospital em que trabalhava. Sugui trabalhava em Votuporanga, mas ficava na casa dos sogros em Fernandópolis. Após três meses sua mulher se desligou em definitivo do hospital e tomou o caminho de volta para Fernandópolis.
Depois de seis anos morando em Fernandópolis, Sugui foi apresentado em uma festa a Luiz Arakaki, que por sua vez, o convidou para fazer uma visita até a empresa. No mesmo dia Carlos foi convidado para se unir ao grupo. Anos depois passou a administrar a Sano Calçados, dos pais de Mari. Em seguida, trabalhou com o advogado José Pereira.
O contato de Sugui com a família da esposa - que está na cidade desde seus primórdios - fez com que Sugui passasse a ter o mesmo amor que eles tinham pela cidade. Meu sogro, Tsuneo Sano, não teve a oportunidade de fazer algo pela cidade, apesar de amá-la. Eu quero então fazer pela cidade o que meu sogro não pôde. Amo Fernandópolis, esta cidade que tão bem me acolheu quando aqui cheguei, afirmou Carlos.
Em 2005, Carlos foi, então, eleito presidente da Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis (ACIF) permanecendo no cargo até hoje. No ano passado foi também indicado para ser o Ouvidor Municipal de Fernandópolis. Esta função pôde colocá-lo em maior contato com a população e, por conseguinte, com o município. Seu maior sonho, depois de ver os filhos formados e bem encaminhados na vida, é ver sua cidade ser destaque no cenário regional e federal.
Como disse Martin Luther King, em um de seus discursos: "I have a dream" (Eu tenho um sonho), eu também tenho um grande sonho, que é ver Fernandópolis não somente como destaque regional e sim federal. Ter uma cidade em que os filhos não precisam sair dela para completar todos os ciclos de estudo, que seja referência na área da saúde, com ótimo atendimento aos idosos, uma cidade cujo sinônimo seja excelência no atendimento.
E de minha parte, ter participado de todo esse processo para se atingir a excelência, concluiu o fernandopolense de adoção.