Delegado deve concluir inquérito sem apontar culpados da morte das gêmeas

20 de Agosto de 2025

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Delegado deve concluir inquérito sem apontar culpados da morte das gêmeas
Pela segunda vez – a primeira aconteceu em abril de 2008 – o delegado de polícia José Flávio Guimarães, do 2º Distrito Policial de Fernandópolis, deverá concluir o inquérito da morte das gêmeas Layane e Lorraine dos Santos, em dezembro de 2007, sem indiciar ninguém.

As gêmeas, filhas da doméstica Rita de Cássia dos Santos, morreram por falta de vagas em UTI neonatal na região (na Santa Casa de Fernandópolis, não existe essa UTI). Rita ficou por dois dias internada no hospital. Layane nasceu morta no dia 10 de dezembro. No dia 12, Lorraine morreu na UTI neonatal da Santa Casa de Jales. A responsabilidade de encontrar vagas na região é da Central de Vagas da DRS-15, de São José do Rio Preto.

Guimarães explicou que, após o Ministério Público ter solicitado novas investigações, refez alguns pontos do inquérito, “mas o resultado não mudou”. Para o policial, não há elementos para indiciar alguém: “tratou-se de uma fatalidade”, disse na ocasião.

Enquanto isso, prosseguem as obras da UTI neonatal da Santa Casa de Fernandópolis, cuja construção foi uma exigência da população, que entregou no ano passado ao secretário regional de Saúde, Valdecir Tadei, um abaixo-assinado com cerca de 15,4 mil assinaturas colhidas pelos integrantes do Movimento Popular Pró-Instalação da UTI Neonatal. O movimento foi desencadeado justamente pela morte das duas meninas.

Um recente jantar beneficente arrecadou R$ 300 mil, dinheiro utilizado para o início da obra, estimada em R$ 1,3 milhão. O governo do Estado deverá liberar R$ 700 mil, através da Secretária Estadual de Saúde. O restante deverá ser obtido através de emenda parlamentar no Orçamento da União de 2009.