Arantes já demite e frigorífico pode fechar novamente

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

Arantes já demite e frigorífico pode fechar novamente
Nem bem retornou ao funcionamento e o Frigorífico de Fernandópolis, agora sob administração do Grupo Arantes Alimentos, já dá sinais de que não permanecerá em atividade. Dos 112 re-contratados para trabalhar no estabelecimento, 30 foram demitidos esta semana, e o restante dos funcionários não confia na continuação dos trabalhos.

O advogado do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos de Votuporanga e Região, José Alberto dos Santos, esteve no Fórum e na Justiça do Trabalho de Fernandópolis na última terça-feira, dia 2, quando confirmou a delicada situação que atravessa o frigorífico.

“Segundo apurei, essa situação que ocorre em Fernandópolis não é a mesma que podemos observar em Itupeva, onde o Grupo Arantes mantém o frigorífico em plena atividade”, disse José Alberto.

A unidade de Itupeva, também ex-IFC, produz principalmente "jerked beef", um “snack” de carne bovina defumada, destinado principalmente ao mercado norte-americano.

Um valor estimado em 150 milhões Eurobônus é o total que o Grupo Arantes teria conseguido em empréstimo no início de 2008, o que gera estranheza a José Alberto.

“No site do Arantes não consta a planta frigorífica de Fernandópolis, há informações sobre um valor alto que os empresários deste grupo possuem em caixa. Por que a unidade de Fernandópolis não deslancha, não começa, de fato, a funcionar?”, pergunta o advogado. O CIDADÃO apurou que o Ministério Público do Trabalho iniciará investigações para averiguar se houve “simulação de sucessão” na negociação entre IFC e Grupo Arantes, junto à Recuperação Judicial, que mantém o Frigorífico de Fernandópolis.


EUROBÔNUS
Título de longo prazo, geralmente prazo superior a dois anos, equivalente às debêntures brasileiras, que em geral prevê o pagamento de parcelas periódicas de juros e o reembolso do principal apenas no vencimento do título. Esses títulos podem ser privados ou públicos, com valor expresso em uma determinada moeda (em geral dólares estadunidenses) e vendidos em outro país que não o da moeda utilizada. Por meio destes papéis é possível, a empresas e governos, captar recursos de médio e longo prazos no chamado euromercado, nome usado para designar o dinheiro mantido em depósitos em moedas nacionais fora de seus países de origem (por exemplo, dólares mantidos em depósitos britânicos ou japoneses). O nome Eurobônus não significa que os títulos são lançados necessariamente na Europa, embora esses casos sejam os mais comuns.