Procuradoria investiga Marcos Valério e mais 10 por atentado

20 de Agosto de 2025

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Procuradoria investiga Marcos Valério e mais 10 por atentado
O Ministério Público Federal investiga se dois policiais e um advogado ligados ao publicitário Marcos Valério de Souza teriam agido para provocar um acidente automobilístico com objetivo de lesionar um fiscal da Fazenda de São Paulo. Essa investigação transcorre sob o comando do MPF com sede em Santos (SP).

Evidências sobre a tentativa de provocar o acidente incluem diálogos grampeados através de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Tais diálogos revelariam conversas entre policiais e um advogado elaborando o plano para provocar um acidente visando machucar um fiscal.

O acidente teria efetivamente acontecido, com o alvo ficando ferido, porém sem gravidade. Os suspeitos são o advogado Ildeu Pereira e os policiais Paulo Endo e Daniel Balde. Os três, junto com Marcos Valério e mais seis pessoas, respondem na Justiça à acusação de terem fabricado um inquérito para intimidar dois fiscais da Fazenda, Antonio Carlos de Moura e Eduardo Friedman, que multaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 104 milhões.

Todos negam qualquer tentativa de prejudicar os fiscais. O caso foi descoberto pela Polícia Federal durante a Operação Avalanche, desencadeada no dia 10 de outubro. Na operação, a polícia cumpriu 17 mandados de prisão e 33 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

PETRÓPOLIS NEGA

Uma advogada da Cervejaria Petrópolis teria afirmado nos últimos dias que “não existe nenhum vínculo entre o seu cliente, o empresário Walter Faria, e os policiais presos”. Disse que, em relação ao advogado Ildeu Pereira, “ele foi contratado pela cervejaria para cuidar exclusivamente de temas tributários da empresa”.

O advogado de Marcos Valério de Souza, Marcelo Leonardo, disse que seu cliente nunca participou de um ato para prejudicar qualquer agente fiscal. Ele criticou o fato de o publicitário permanecer preso desde o dia 10 de outubro.
Em depoimento à PF, Marcos Valério afirmou que tinha um contrato informal com a Cervejaria Petrópolis, a quem prestava uma consultoria legal. Walter Faria permanece em liberdade durante as investigações que apuram a participação de sua cervejaria na suposta “fabricação do inquérito” para intimidar fiscais da Fazenda de São Paulo.