Quando Adélia Meneses da Silva chegou a Fernandópolis, em 1971, o plano era permanecer por apenas seis meses. Seu marido, que era bancário, havia sido transferido de São José do Rio Preto, mas tinha planos de retornar. Por força do destino acabou criando raízes na cidade.
Viemos para ficar apenas seis meses e estamos até hoje. Daqui não sairemos, pois amamos esta cidade. Tenho dois filhos encantadores meu filho é medico no Hospital de Base em Rio Preto e minha filha escrivã na Polícia Civil e dá aulas na FEF e em cursos profissionalizantes. Tenho três netos maravilhosos e sou muito feliz em tudo o que faço, declarou Adélia.
Há aproximadamente sete anos como Dirigente Regional de Ensino, Adélia começou sua carreira lecionando em escola rural como professora do Ensino Básico. Licenciada em Pedagogia - passou por todos os cargos do magistério - atuou em diversas escolas como secretária, vice-diretora, diretora, supervisora e atualmente está no segundo mandato à frente da Diretoria de Ensino.
Na primeira vez, ficou cerca de três anos e meio, quando a Diretoria de Ensino ainda levava o nome de Delegacia de Ensino. Sou uma das poucas pessoas no estado de São Paulo que está no cargo de Dirigente pelo segundo mandato. Eu não conheço outra pessoa que tenha passado por duas vezes pelo mesmo cargo, acrescentou a dirigente.
O dia é pequeno para ela. Sua rotina começa às 7h quando liga a televisão para assistir à missa. Às 8h, inicia sua jornada na Diretoria de Ensino e vai até às 18h, com pausa para almoço. À noite, atua como coordenadora de uma escola profissionalizante em Ouroeste e chega à casa sempre por volta das 23h. Muitas vezes, ela ainda tem disposição para pedalar sua bicicleta ergométrica. O horário de dormir é sempre por volta da meia noite e meia.
Refletindo sobre sua vida, Adélia diz ser uma pessoa privilegiada por Deus, mas não esquece de mencionar que sempre estudou muito para chegar aonde chegou. Eu sempre estudei bastante e procurei desempenhar muito bem o meu trabalho. Mas tive o fator sorte ou uma proteção especial. Agora vejo que esse lugar tinha que ser meu, pois tinha uma missão a cumprir. Acredito que Deus me conduziu para isso, pois tenho uma maneira muito especial de lidar com as dificuldades e um jeito muito próprio resolver os problemas do dia-a-dia. Sei valorizar as pessoas e faço o possível e o impossível para ajudá-las, disse.
Dona de um coração generoso, na profissão Adélia não se limita a cumprir suas funções a rigor: ela vai além. Na escola profissionalizante de Ouroeste, por exemplo, mantém uma relação de amizade com os alunos. Eu sou apaixonada por eles e eles por mim, a ponto de na saída eu ficar no pé da escada e eles passarem um por um me dando um beijo. Eu amo aqueles meninos, não tenho coragem de dizer: amanhã eu não volto mais pra cá. Por que parece que eu tenho algo a fazer por eles. Eles me contam tudo da vida deles e pedem socorro. E isso é a coisa mais maravilhosa para mim, ajudar às pessoas que estão indo para vida. A fé precisa vir acompanhada de ações e Deus já me fez assim, eu gosto de fazer ajudar às pessoas, afirmou Adélia.
Sua formação cristã veio do Colégio Interno Santo André, de São José do Rio Preto, onde estudou. Quando casou, deixou de praticar e cultivar o que havia aprendido no colégio. Mas em 2002, com a descoberta de um câncer no filho, a família ficou abalada e buscou em Deus as forças para lutar contra a doença. Naquele momento a gente não tinha outra alternativa, a gente tinha que se apegar naquilo que a gente tinha de importante que estava adormecido. Ficamos muito fragilizados e precisamos de muita ajuda. Na hora da doença todo mundo fica tão fragilizado que a gente precisa dar a mão. Se não der na hora que a pessoa está doente o resto é tudo bijuteria, é enfeite. Nesses momentos de fraqueza eu me sento no colo de Jesus, encosto minha cabeça no coração dele e sei que ele vai resolver, desabafou Silva.
Depois deste ocorrido, sua fé se fortaleceu e todos os dias ela se dedica a orações em favor de seu filho. Graças a Deus e às constantes orações a seu favor, o tratamento tem dado certo. Eu sempre digo: ele tem uma doença, mas não é um doente. Os médicos dizem que ele é muito forte e resiste à doença. Ele tem uma vida normal, faz planos constantemente, é feliz. E enquanto eu vejo meu filho fazendo planos sei que o Espírito Santo o está iluminando e dizendo: você vai ter vida para realizá-los. Ele já está com um congresso agendado para a Costa do Sauípe, viaja o tempo inteiro, chegou de Buenos Aires e já vai para outro lugar. E nós o incentivamos muito O meu maior sonho é ver meu filho curado para dar testemunho a todos os médicos do hospital, para que eles possam saber que há um Deus maravilhoso, finalizou Adélia.