“Operação Avalanche” quer Valério preso por mais cinco dias

20 de Agosto de 2025

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“Operação Avalanche” quer Valério preso por mais cinco dias
Se depender dos policiais federais que conduzem o inquérito na chamada “Operação Avalanche”, desencadeada na última sexta-feira, o lobista Marcos Valério, preso naquele dia, em sua residência em Belo Horizonte, deverá ter sua prisão temporária prorrogada por mais cinco dias.

Na segunda-feira, 13, a Polícia Federal requereu a prorrogação à Justiça. A PF acredita que Valério seja o líder da quadrilha desmantelada pela operação, e que culminou em 17 prisões.

Integrantes do comando da operação não escondem que, após a prisão temporária, deverão pedir a preventiva do ex-operador do “Mensalão”. A documentação apreendida está sendo analisada, em busca de indícios e provas que reforcem a argumentação do pedido.

Rogério Tolentino, sócio de Marcos Valério, e os advogados Ildeu Pereira e Eloá Veloso, acusados de fazerem parte de um esquema que forjou inquérito contra os fiscais fazendários do Estado de São Paulo que autuaram a Cervejaria Petrópolis, de Walter Faria, e lavraram multa de R$ 104 milhões, também sofreram pedidos de prorrogação de suas respectivas prisões temporárias.

A cervejaria, em nota divulgada no dia 10, afirmou que a empresa “não mantém contrato com Marcos Valério”. A PF, porém, garante que Valério e Walter Faria são amigos. Faria, cuja origem empresarial se deu em Fernandópolis, passou do ramo da compra e venda de algodão para o da distribuição dos produtos Schincariol. Anos depois, montou seu próprio negócio, e produz entre outras as cervejas Crystal e Itaipava.

Segundo o relatório de 300 páginas apresentado à Justiça pela Polícia Federal, há provas contundentes de que “estamos diante de uma verdadeira organização criminosa. É certo que a ordem pública se vê ameaçada, uma vez que o Estado e a sociedade vêm sendo lesados diuturnamente por estes criminosos que fazem do ilícito seu modo de vida”, diz o documento.

Os “grampos” telefônicos que interceptaram por cerca de três meses as ligações do ex-operador do “Mensalão” seriam provas irrefutáveis, segundo a PF, da culpa dele e de Tolentino, Ildeu e Eloá. As acusações passam ainda por pagamento de propinas a policiais federais “com o fito de que fosse instaurado inquérito, fundamentado em fatos falsos, em desfavor de dois agentes de fiscalização do ICMS”.