Cerca de 1200 policiais civis participaram na manhã de terça-feira de uma passeata por melhores salários em São Paulo. Segundo estimativas, 800 policiais são da capital e 400 do interior paulista.
Os policiais estão em greve há dez dias por melhores salários. A passeata saiu da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), situada na Avenida Ipiranga, no centro da capital, e seguiu em direção à Secretaria da Segurança Pública, na Avenida Líbero Badaró.
Os policiais exigiram a presença do secretário Ronaldo Bretas Marzagão para negociar o reajuste. Ele não apareceu. Os grevistas criticavam o governo de José Serra, que oferece 38% de aumento no piso salarial e reajuste de 4,5% no salário-base. Os policiais reivindicam reajuste de 15% em 2008, além de 12% para 2009 e 12% em 2010.
Ainda na terça-feira, o governo do Estado reagiu à ação dos grevistas e exonerou do Dipol (Departamento de Inteligência) o presidente da Associação dos Delegados de Polícia, Sérgio Marcos Roque.
Na região Noroeste de São Paulo, a greve já prejudica os trabalhos dos despachantes policiais, advogados e até o andamento da Justiça. Várias audiências e até mesmo um júri deixaram de ser realizados em Fernandópolis por falta de escolta de presos. Motoristas com a carteira de habilitação vencida não conseguem fazer a renovação.
Nas cadeias públicas de cidades como Jales, Votuporanga, Santa Fé do Sul e Tanabi, as visitas aos presos estão suspensas, por não serem consideradas urgentes pelos grevistas.
No presídio feminino de Meridiano, não está sendo permitido o acesso de oficiais de Justiça nem de advogados. Os serviços burocráticos, como o de expedição de certidões, também foram suspensos. O governo do Estado cortou o ponto dos funcionários. Não há previsão quanto ao fim da paralisação. A Justiça determinou que 80% dos funcionários continuem trabalhando.