O promotor de Justiça Denis Henrique Silva, de Fernandópolis, que é curador do meio ambiente, informou na última quinta-feira que os 6 mil quilos de amônia estocados no Frigorífico IFC, que se encontra desativado, não representam riscos para a população.
Denis Silva disse que, em conversa telefônica com o superintendente regional da Cetesb de São José do Rio Preto, Luiz Roberto Neme, recebeu a garantia de que não há perigo de vazamento ou poluição tóxica em razão da amônia.
Pelo fato do produto estar parado, não há perigo de vazamento. A questão é que, quando a empresa voltar a funcionar, será preciso ver se os equipamentos não se deterioraram durante o período inativo. Aí, sim, será necessária uma análise prévia dos responsáveis pelo frigorífico, para ver se as máquinas poderão processar a amônia sem perigo, afirmou o promotor.
Depois de ler na edição de CIDADÃO de 12 de julho reportagem sobre dois funcionários do frigorífico Zulmiro Zaqueta de Abreu e Dorival Barbosa Leopoldino que, apesar de não receberem os salários, prosseguiram seu trabalho de manutenção dos tanques de amônia, Denis Silva encaminhou ofício à Cetesb de São José do Rio Preto, solicitando informações e eventuais providências. Até a última quinta-feira, ainda não havia recebido resposta, mas o promotor considera tranqüilizadora a conversa telefônica com Neme.
A amônia, utilizada para resfriar as câmaras frias, é um gás incolor e de odor picante. Se inalada, produz lacrimação e sufocação. A exposição a altas concentrações por período superior a 30 minutos pode ser fatal.
Segundo os funcionários do IFC, Zulmiro e Dorival, o produto estaria criando pressão nas tubulações, com o risco de vazamentos nas válvulas e rompimento de canos. Segundo Zulmiro, em 2006 ocorreu um vazamento de cerca de 500 quilos de amônia no frigorífico, o que teria provocado mal-estar em cerca de 20 pessoas. Alguns passarinhos morreram e a vegetação próxima ficou seca, garantiu o operador.