O fernandopolense Rodrigo vai às Paraolimpíadas

20 de Agosto de 2025

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O fernandopolense Rodrigo vai às Paraolimpíadas
O fisioterapeuta Rodrigo Dispato Martins, 31 anos, morador de Fernandópolis, foi um dos 14 fisioterapeutas do país convocados para trabalhar nas Paraolimpíadas de Pequim.

A delegação é formada por chefe e subchefe de missão, que atuam na coordenação. A secretaria cuida das questões burocráticas. Treinadores, auxiliares técnicos, mecânicos para equipamentos, nutricionistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas e claro, os atletas, compõem a equipe.

Rodrigo conseguiu sua vaga no comitê devido ao seu trabalho realizado no Parapam no ano passado. Ele tinha um amigo no comitê paraolímpico e no começo de 2007 houve os exames que chamam de ‘pré-participação’. São procedimentos feitos pela Escola Paulista de Medicina, a UNIFESP, para ver as condições dos atletas, nos aspectos físicos, psicológicos, nutricionais e de biomecânica. Rodrigo pediu para participar e foi atendido. “Depois surgiu uma oportunidade e consegui me manter entre os profissionais e vim a ser convocado para os jogos do Rio de Janeiro. Mostramos serviço e acredito que isso tenha auxiliado para que fossemos chamados para as Olimpíadas em Pequim”, explica Dispato.

O fisioterapeuta viajará no próximo dia 19 para São Paulo. No dia 20 embarca para Macau para fazer uma adaptação com o fuso horário por 10 dias. Depois, dia 1º de setembro entra a Vila Olímpica em Pequim. Os jogos começam dia no dia 6, vão até dia 17 e no dia 20, Rodrigo e Delegação estarão de volta ao Brasil.
“Daqui em diante a intenção é estar sempre presente, fazendo parte da delegação. É um processo que envolve a capacidade de entender o universo do esporte, as lesões do esporte, sobretudo com atletas com necessidades especiais, porque além da performance deles, é preciso saber da patologia ou da limitação que eles têm. Entrar não foi tão difícil, percebo que é mais complexo me manter dentro do quadro. Como muita gente está pleiteando uma vaga, são muitos convites, isso tem uma rotatividade muito grande.
Mostrei que tenho bagagem, tenho um bom currículo, além de fisioterapeuta eu também sou professor, estou me intitulando, tenho várias especializações, acho que isso ajudou bastante. Mas acima de tudo há a capacidade de enxergar que uma vez dentro tenho que me manter lá. Ai vem a arte do bom relacionamento, a arte de fazer política”, ressalta Rodrigo.

Dispato ainda fala sobre ansiedade que o assombrou até a chegada da convocação no dia 15 de julho e diz que agora só está na expectativa de realizar um bom trabalho. “O desafio maior é conseguir ter uma atuação mais plena, mais homogênea, melhor do que foi no Rio de Janeiro. Sou um cara bem observador, Eu tive algumas idéias, vou levá-las para a Olimpíada. A minha intenção é chegar lá e surpreender, porque nesse nível de competição profissional tem que mostrar que você é importante. Eu entrei sim por influência, mas quero me manter por competência”, diz.

Do Parapam, Rodrigo tirou várias lições entre os atletas e quer levá-las consigo às Olimpíadas. Ele conta que muitos atletas agradecem as deficiências que têm, pois sem elas, talvez não chegassem aonde chegaram. “É duro ouvir isso porque reflete direto no cenário nacional, da disparidade das classes. Diferentemente dos esportistas convencionais que tendem a ser badalados, a inflar um pouquinho, a serem egocêntricos. É difícil se relacionar com esse tipo de atleta, já esse outro pessoal é mais humilde, respeitador, é um ambiente muito saudável”, conta.

Dispato é formado pela FUNEC e desde 2001 faz parte do corpo docente da Fundação Educacional de Fernandópolis. Nasceu em Ilha Solteira, graduou-se em Santa Fé do Sul, onde trabalhou por 6 meses. Voltou para Ilha Solteira, onde trabalhou um ano e meio, em agosto de 2001 atendeu ao chamado da FEF e mora em Fernandópolis há sete anos.