Si, craque da região, já fez 234 gols no México

20 de Agosto de 2025

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Si, craque da região, já fez 234 gols no México
Pode ser que os mexicanos não conheçam Si, o garoto-prodígio de Populina. Porém, basta falar em Valtencir Gomes, o camisa 10 do Club Tijuana, para que a resposta seja positiva e imediata: “Es el diez de los Xoloitzcuintles!”, dirão.

Esse nome estranho aí em cima é a forma como são chamados os torcedores do Tijuana, time rubro-negro de uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes, situada perto de San Diego, Califórnia – na fronteira dos EUA, portanto.

Mas Si – ou Valtencir – é bastante rodado no país asteca. “Conheço melhor o México do que o Brasil”, brinca. Em 16 anos, ele jogou no Queretaro, no Tigres e em diversas outras equipes.

Meio-campista canhoto, habilidoso e bom cobrador de faltas e pênaltis, Si marcou nada menos que 234 gols em suas andanças mexicanas. Agora, porém, aos 38 anos, ele espera jogar um ano por um clube brasileiro, antes de encerrar a carreira. “Fui muito jovem para o México, não tive tempo de firmar meu nome no Brasil”, explica.

Si começou a jogar no Jalesense, passando depois pelo Barretos, Atlético Goianiense, Fefecê e União Barbarense, de onde foi levado para o México por um empresário, aos 22 anos. O começo apresentou dificuldades em relação à língua e à comida. Aos poucos, veio a adaptação, e hoje ele se sente em casa no país que ama os brasileiros. “Eles têm adoração pelo Brasil, especialmente em Guadalajara. Toda Copa do Mundo, basta o México ser desclassificado para que a torcida fique toda ao lado do Brasil”, afirma o atleta.

O jogador investiu o dinheiro que ganhou na cidade de Jales, onde seus pais moram atualmente. A esposa Sandra e os filhos Mathews, de 12 anos, e Alejandro, de 9, nasceram no México, mas querem viver no Brasil (Sandra é paulista de Barretos).

Si freqüenta um curso preparatório para a carreira de treinador, e tem convites para permanecer no México, cuidando dos jogadores das “fuerzas básicas” – as divisões de base do Tijuana. A saudade, porém, fala mais alto. Em férias no Brasil, ele revê amigos e garante: “se conseguir um clube bem estruturado para jogar no Brasil, viajarei para o México, entregarei o apartamento, venderei meu carro e em uma semana estarei de volta”, garante.

A idade, ele assegura, não é empecilho, já que está em plena forma física e nunca teve contusões de joelho ou tornozelo, os maiores pesadelos dos jogadores. Quem estiver precisando de um armador clássico – daqueles que fazem lançamentos precisos e sabem tocar a bola com habilidade, espécime em extinção no futebol brasileiro – que se habilite.