Os pescadores e a “lei seca”

20 de Agosto de 2025

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Os pescadores e a “lei seca”
Gente, nunca vi tanta polêmica desde que criaram a obrigatoriedade do cinto de segurança! Em qualquer esquina, repartição ou boteco, o assunto é um só: a Lei Seca, que pune com prisão em flagrante o motorista que apresentar 0,0 não sei quanto - enfim, aquela merrequinha - de álcool no sangue.

Claro que a lei é útil e dá bons frutos – menos de um mês após ser instituída, os acidentes com morte já foram reduzidos em 57% no Estado de São Paulo. Aliás, evitar dirigir sob os efeitos do álcool deveria ser um compromisso do motorista consigo mesmo, com sua família e com o próximo.

Mas, no que diz respeito aos pescadores, o grande problema é que, na volta do rancho – geralmente no domingo à tarde – não sobra motorista suficientemente “limpo” de álcool para soprar impunemente aquele canudinho da polícia.

Muito gozador, o Bira Torriceli disse que “um sopro do Loverdão é capaz de derreter o aparelho do guarda” – referindo-se ao alto teor de álcool das cachaças que o nosso amigo costuma comprar.

Nas pescarias grandes, onde a galera “bate forte” por uma semana ou mais, é recomendável parar de beber pelo menos 24 horas antes da viagem de volta – até hoje, ninguém informou se o tal bafômetro registra resíduos alcoólicos...

Mané Garrincha, o grande craque, dizia que “pescaria sem pinga não é pescaria – os peixes ficam até ofendidos”. Porém, lei é lei. E tem que ser cumprida. Os pescadores, portanto, que tratem de buscar alternativas – o rodízio, por exemplo. Nessa hipótese, o companheiro que for o responsável por dirigir o carro naquele dia terá que ficar sem beber.

Ou então, que levem as mulheres na pescaria. Aliás, feliz sou eu, que posso ligar o “piloto automático”: minha mulher é excelente motorista. E não bebe.