Santa Casa considera conduta de médica plantonista como “adequada”

20 de Agosto de 2025

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Santa Casa considera conduta de médica plantonista como “adequada”
A Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis distribuiu na quarta-feira, 25, nova nota oficial sobre o caso do bebê morto na barriga da mãe, Jaciara da Silva Pereira, na manhã da última segunda-feira. Jaciara estivera no hospital no domingo à noite, queixando-se de fortes dores. Depois de examinada, recebeu recomendação de voltar para casa.
Na manhã seguinte, a paciente retornou ao hospital, onde outro plantonista constatou o óbito do feto através de uma ultra-sonografia. O marido de Jaciara, Fernando Coelho dos Santos, chegou a dizer que pretende processar a Santa Casa. A seguir, a íntegra do comunicado do hospital:

“NOTA OFICIAL
A Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis informa que o corpo clínico do setor de Ginecologia e Obstetrícia do hospital se reuniu com a direção clínica e técnica da Santa Casa na noite de ontem, dia 24 de junho, e deliberou as seguintes resoluções:

1) Quanto ao caso da paciente Jaciara da Silva Pereira, os nove médicos especialistas da Ginecologia e Obstetrícia concordam que o atendimento prestado pela médica Morisa Martins Leão Carvalho não incorreu em imperícia, imprudência ou negligência médica, sendo uma conduta usual para o caso apresentado. Na ocasião do primeiro atendimento na Santa Casa, a paciente apresentava colo fechado, sem contrações ou perda de líquido. O bebê estava vivo, com batimentos cardíacos normais. Logo, no momento, não havia quadro para internação ou cesariana. Para apurar a causa da morte do bebê, o hospital já encaminhou a placenta e o feto para análise anátomo-patológica. O hospital aguardará o resultados dos exames para conduta posterior do caso.

2) Com relação à indução do parto normal para que a paciente Jaciara expelisse o feto morto, esclarecemos que se trata de uma conduta médica padrão para este tipo de caso, indicada na literatura médica pertinente e pela Organização Mundial de Saúde. Em 95% dos casos de óbito intra-uterino, o feto é retirado por parto normal induzido, o que pode acontecer em até 30 dias após a morte do bebê. Em 85% dos casos, o feto é expelido nos primeiros dez dias. No caso de Jaciara, foi realizada uma cesariana para a retirada do feto por uma solicitação da família, que alegou não possuir condições psicológicas para aguardar o parto induzido.

3) Sobre o caso da paciente Selma Machado de Araújo, informamos que o mesmo encontra-se na fase final de análise pela Comissão de Ética Médica da Santa Casa. O médico responsável pelo atendimento já realizou sua defesa e agora a Comissão deverá finalizar o relatório com a investigação preliminar que será enviada para apuração pelo Conselho Regional de Medicina.

4) Para evitar que casos como estes voltem a acontecer em Fernandópolis, o corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis fez a indicação de duas ações imediatas: o encaminhamento de ofícios para a Diretoria de Saúde da Prefeitura de Fernandópolis e à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para a implementação de um programa mais efetivo de pré-natal nas unidades de saúde públicas, especialmente no que diz respeito a gestações de alto risco; e implantação de um protocolo de conduta obstétrica para todo o corpo clínico do hospital, baseado em literatura científica médica amplamente discutida e estudada pelos médicos.

A Santa Casa de Fernandópolis informa ainda que nunca o hospital passou por tamanha reforma física, estrutural e de atendimento para a melhoria do serviço prestado à população. Para tanto, o hospital tem investido em reforma, compra de equipamentos e atualização do corpo clínico, que agora se especializa cada vez por causa do processo de implantação do hospital-escola na Santa Casa. Fernandópolis, 25 de junho de 2008.”