Jaciara da Silva Pereira, de 24 anos de idade, e seu marido, Fernando Coelho dos Santos, preparavam-se para a chegada do primeiro filho. No último domingo, 22, Jaciara sentiu dores e contrações. Levada à Santa Casa de Fernandópolis, foi atendida pela médica plantonista, Morisa Leão de Carvalho.
Segundo Fernando, a médica liberou Jaciara, que estaria com 40 semanas e 5 dias de gravidez, de acordo com o marido. Ontem, ainda com dores, Jaciara voltou ao hospital e foi atendida pelo médico José Roberto Penna, que requisitou uma ultra-sonografia. O exame constatou o óbito da criança, um bebê do sexo feminino.
Jaciara continuava internada na tarde de ontem, ainda com o natimorto na barriga. No momento, só estou preocupado com a saúde de minha mulher, disse Fernando. Ele ainda não sabe quais medidas adotará em relação ao caso.
Em dezembro de 2007, um caso ganhou repercussão regional, depois que a doméstica Rita de Cássia dos Santos perdeu as filhas gêmeas, Layane e Lorraine, por falta de vagas em UTIs neonatais da região. A Santa Casa de Fernandópolis não possui essa unidade.
A Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis informa que vai encaminhar o caso da paciente Jociara da Silva Pereira para análise pela Comissão de Ética Médica do hospital, que deverá apurar todos os procedimentos realizados neste caso.
Segundo nota oficial emitida pelo hospital, A médica Morisa Martins Leão Carvalho, que atendeu Jociara na noite no dia 22 de junho, informa que a paciente recebeu todo o atendimento necessário no hospital e que na ocasião a mesma não se encontrava em trabalho de parto. O feto estava vivo, com batimentos cardíacos normais. A paciente foi orientada para que continuasse a tomar a medicação já prescrita anteriormente e que voltasse ao hospital tão logo tivesse contrações, perdesse líquido ou sangue. A médica esclarece ainda que aguarda autorização da família para que possa realizar análise do feto e da placenta após o parto, assim podendo esclarecer o motivo da morte do bebê. Segundo a médica, há três hipóteses para a morte do feto: insuficiência útero-placentária (quando a placenta não alimenta suficientemente o feto até o final da gestação), hipoxia fetal (falta de oxigênio para o feto) ou má formação fetal.
Desde já, a Santa Casa de Fernandópolis se coloca à disposição da família da paciente para mais esclarecimentos, bem como dos órgãos responsáveis pela apuração do caso.