Situação dos magarefes é “crítica”, dizem os manifestantes

20 de Agosto de 2025

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Situação dos magarefes é “crítica”, dizem os manifestantes
Contas atrasadas de água e luz, dívidas se acumulando com fornecedores. Um trabalhador que paga mensalmente pensão de alimentos não pôde honrar a obrigação e foi preso. Casos desse tipo eram contados às dezenas na concentração que antecedeu a passeata dos funcionários do frigorífico.

Antes da saída, todos rezaram uma ave-maria e um pai-nosso. Em seguida, marcharam soprando os seus apitos, com a força do desespero de quem não vê a luz no final do túnel desde que a prisão de Alfeu Mozaquatro e a intervenção judicial levaram ao fechamento da empresa.

Depois de um período de portas fechadas, a esperança renasceu quando a IFC – International Food Company – arrendou as instalações e reiniciou os trabalhos, contratando os demitidos. A experiência, porém, só durou alguns meses. O IFC – mesmo com a aprovação das instalações e planta frigorífica pelo órgão competente norte-americano, que liberou as exportações para os EUA da carne processada no frigorífico fernandopolense – optou por encerrar as atividades na cidade.

Começou um período de negociações com o Estrela Alimentos, grupo pertencente ao empresário e deputado federal Vadão Gomes. Depois de longas negociações perante o Poder Judiciário (há um processo de recuperação judicial do frigorífico em curso) o arrendamento das instalações à empresa de Vadão foi sacramentado.

O acordo garante a manutenção dos empregos e o pagamento de R$ 100 mil mensais, a partir de maio. No dia 15 daquele mês, um oficial de Justiça notificou da decisão o representante legal da Estrela Alimentos, Pedro Candido Miranda. Entretanto, há alguns dias os advogados de Vadão ingressaram com pedido de rescisão do contrato de cessão de arrendamento - segundo consta, sob a alegação de que a IFC não estaria cumprindo algumas partes do acordo relativas às questões ambientais e de segurança.

O juiz Heitor Miúra considerou “inviável conhecer do pedido de rescisão nos autos do processo de recuperação judicial porque se trata de pretensão a ser deduzida em ação autônoma”.

Enquanto o inbroglio não se resolve, contas de tarifas públicas vencem sem serem quitadas, despensas se esvaziam e a situação fica a cada dia mais sombria para os trabalhadores do outrora pujante frigorífico de Fernandópolis.