Princípio de favela vira “cartão postal de Fernandópolis”, dizem empresários

20 de Agosto de 2025

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Princípio de favela vira “cartão postal de Fernandópolis”, dizem empresários
Tudo começou no início de 2006, quando, às margens da Rodovia Euclides da Cunha, sob algumas árvores, tendo como pertences apenas um colchão, cobertores, duas panelas e alguns alimentos, passou a viver Antonio Cardoso da Silva, de 74 anos.

Sem família e sem amigos, o solitário andarilho veio de Tangará da Serra (MT) para Fernandópolis em busca de emprego e de uma vida melhor.

À espera de uma oportunidade de trabalho, ele foi ficando por ali, revezando-se entre as árvores e as margens da rodovia. Chegou a receber a visita da equipe do Parque Residencial São Vicente de Paulo, mas se recusou a morar no asilo.

O tempo passou e Antonio veio a falecer, mas permaneceram outros “moradores”, que continuam utilizando como casa um bico de terreno da margem da via de acesso da Avenida Litério Grecco para a rodovia Euclides da Cunha, perto da empresa responsável pela coleta do lixo da cidade.

Os empresários da região estão indignados: “Essa situação demonstra a falta de atitude da prefeita diante dos problemas da cidade. Aqui está nascendo uma favela e sabe o que a prefeitura está fazendo? Nada!”, desabafou um dos empresários que pediu para não ser identificado. “Imagine como fica a imagem da cidade para milhares de pessoas que passam diariamente pela Euclides da Cunha. É assim que a prefeitura quer trazer mais empresários para investir em Fernandópolis, com esse ‘lindo’ cartão postal? Duvido que seja uma imagem animadora”, completou.

Em nota, a prefeitura afirma que, através da Diretoria do Bem Estar Social, já tomou todas as medidas cabíveis: “Assistentes sociais, uma psicóloga e técnicos do CREAS, CRAS I – Jardim Araguaia e da diretoria, por várias vezes estiveram no local na tentativa da retirada dos moradores, oferecendo auxílio para que voltassem a residir com seus familiares, internação em clínica para tratamento (os dependentes de álcool), internação em asilo, porém todas as tentativas, inclusive de fortalecer vínculos familiares foram recusadas. Para tentar solucionar o caso, a prefeitura, através da Diretoria do Bem Estar está encaminhando ao promotor de justiça, Dr. Denis Henrique Silva – que tem conhecimento do caso, assim como o juiz Dr. José Rafael G. Salmene Alussaim, um relatório comunicando oficialmente o falecimento do Sr. Antonio, todas as ações efetuadas pela prefeitura para solucionar o caso e a necessidade de acionar o Estado quanto a providências, já que a área invadida pertence ao DER - Departamento de Estradas e Rodagem”, diz o documento.