No dia 18 de dezembro do ano passado, aos 94 anos, o grande pescador Hermínio Agustini foi lançar suas iscas nas águas do paraíso, deixando um batalhão de amigos inconsoláveis. Era casado com Angelina Zanovelo, tinha seis filhas, netos e bisnetos.
O filho de italianos nasceu em São José do Rio Preto. Em 1956, mudou-se para Fernandópolis, onde se estabeleceu com a Máquina Nossa Senhora Aparecida, de benefício de cereais.
Palmeirense, como o seu grande amigo Humberto Zanin (a cada vitória, ele amanhecia na porta da casa de carnes para comemorar com o colega palestrino), Hermínio Agustini tinha outra grande paixão: a pesca.
Foi sócio, como Zanin, da Estância Fernandópolis, lá no Rio Taquari. Em determinada época, os dois e outro sócio, Celião, decidiram erguer um novo rancho, no mesmo Rio Taquari, vários quilômetros abaixo. Nascia o Rancho da Mina, construído num ponto de curva acentuada do rio um local verdadeiramente lindo, onde o velho Hermínio pescava suas piaparas.
Lá, outros amigos também tiveram o privilégio de compartilhar da simpatia e da alegria de Seu Hermínio Toninho Doceiro, João Paçoca, Laércio Baldi, Luizinho Roque e outros que o digam.
Há dois anos, eu conversava com Seu Hermínio na porta do açougue do Humberto e ele me ofereceu a sua cota do rancho. Disse que queria vender sua parte porque ficava cansado de dirigir daqui até lá. Sim, aos 92 anos, ele ainda dirigia sua caminhonete de Fernandópolis até o rancho, num percurso de 850 km!
Ao ouvir a conversa, Humberto Zanin rasgou o verbo: Não vai vender nada, não. O senhor viaja na minha caminhonete e pronto!.
Os amigos tinham por ele um enorme carinho. Que, agora, nas conversas, nos causos de pescaria de que ele foi personagem, passam a ter um gostinho de saudade.