“Seu” Hermínio, um pescador que deixa saudade

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

“Seu” Hermínio, um pescador que deixa saudade
No dia 18 de dezembro do ano passado, aos 94 anos, o grande pescador Hermínio Agustini foi lançar suas iscas nas águas do paraíso, deixando um batalhão de amigos inconsoláveis. Era casado com Angelina Zanovelo, tinha seis filhas, netos e bisnetos.

O filho de italianos nasceu em São José do Rio Preto. Em 1956, mudou-se para Fernandópolis, onde se estabeleceu com a “Máquina Nossa Senhora Aparecida”, de benefício de cereais.

Palmeirense, como o seu grande amigo Humberto Zanin (a cada vitória, ele amanhecia na porta da casa de carnes para comemorar com o colega palestrino), Hermínio Agustini tinha outra grande paixão: a pesca.

Foi sócio, como Zanin, da Estância Fernandópolis, lá no Rio Taquari. Em determinada época, os dois e outro sócio, Celião, decidiram erguer um novo rancho, no mesmo Rio Taquari, vários quilômetros abaixo. Nascia o “Rancho da Mina”, construído num ponto de curva acentuada do rio – um local verdadeiramente lindo, onde o velho Hermínio pescava suas piaparas.

Lá, outros amigos também tiveram o privilégio de compartilhar da simpatia e da alegria de “Seu” Hermínio – Toninho Doceiro, João Paçoca, Laércio Baldi, Luizinho Roque e outros que o digam.

Há dois anos, eu conversava com “Seu” Hermínio na porta do açougue do Humberto e ele me ofereceu a sua cota do rancho. Disse que queria vender sua parte porque “ficava cansado de dirigir daqui até lá”. Sim, aos 92 anos, ele ainda dirigia sua caminhonete de Fernandópolis até o rancho, num percurso de 850 km!

Ao ouvir a conversa, Humberto Zanin rasgou o verbo: “Não vai vender nada, não. O senhor viaja na minha caminhonete e pronto!”.

Os amigos tinham por ele um enorme carinho. Que, agora, nas conversas, nos “causos” de pescaria de que ele foi personagem, passam a ter um gostinho de saudade.