Quem nunca teve a oportunidade de conhecer a Apae e seus alunos está perdendo a chance de uma grande lição de vida. Lá você pode encontrar rei, rainha, príncipe, madrasta, fada e até uma encantadora e sorridente Cinderela. Pois é, com as aulas de teatro do professor e voluntário Fábio Sanches, o mundo dos livros de histórias infantis virou realidade e para dizer a verdade, com o toque especial dos alunos, ficou ainda mais bonito e cativante.
As pessoas que estiveram no Teatro Municipal de Fernandópolis, no último dia 29 de novembro, sabem bem ao quê este texto se refere.
Em uma visita acompanhada do presidente da instituição Antonio Luis Aielo e da diretora Vandalice Durval, a equipe do CIDADÃO conversou um pouco com os meigos alunos que no dia da entrevista, 26 de novembro, estavam ensaiando a peça, que foi apresentada para a comunidade e contribuintes da APAE.
Lucimara Leonel da Silva, de 22 anos, e que há 20 freqüenta a escola, estava super ansiosa com o seu papel de Cinderela. Estou realizando um grande sonho, queria muito ser a Cinderela, disse a aluna, que participou de uma peça no ano passado e interpretou uma tartaruga. Em seguida nos deu a honra de fotografá-la com o vestido.
Wagner dos Santos Pereira, de Macedônia, está matriculado na APAE há 12 anos, foi o Rei do espetáculo. É conhecido na escola por gostar muito de cantar e dançar, além de fazer dublagens. Sua dupla sertaneja preferida é Zezé Di Camargo e Luciano. No último dia 7 de dezembro aconteceu na escola a tradicional tarde que comemora o Dia do Contribuinte. Mais uma vez lá estava ele com mais alguns colegas cuidando da recepção.
O aluno também trabalha na oficina da escola e atualmente está ajudando na confecção de papéis de bala rococó. Ele conta com orgulho que já aprendeu muitas outras coisas, entre as mais importantes estão ler e escrever, além de ter sentido grandes melhoras na fala. Sua fonoaudióloga é a profissional Angélica Ferrari.
Daniel Inácio de Paula está muito feliz por estar aprendendo a ler e escrever. Ele é aluno de alfabetização e conta com orgulho que já consegue fazer algumas continhas.
A diretora da escola, Vandalice, disse que a mãe de Daniel é analfabeta e que um dia viajando de ônibus com o filho percebeu que ele estava lendo as placas com os nomes das cidades, que ficam nas margens das rodovias. Intrigada com a situação, a mãe perguntou para os outros passageiros o que diziam as placas, para saber se o filho estava lendo de verdade.
Quando a mãe percebeu o progresso do filho, encheu-se de orgulho e hoje em dia a responsabilidade de ler e escrever os bilhetes e correspondências em casa é de Daniel.
Mas não poderíamos falar de Daniel sem lembrar da aluna Rosangela Fideliz Ferreira, que diz ser feliz na instituição e que sua vida ganhou novo sentido lá, já que teve problemas com sua ex-madrasta. Durante a entrevista notamos uma inocente paquera entre eles. Perguntados sobre as especulações dos colegas os dois sorriram confirmando o que queríamos saber.
Isso prova mais uma vez que esses alunos levam a vida mais normal possível. Aprendem e nos ensinam também.
Esse é o caso de Issajoara Coelho Rogério, de 26 anos. O significado de seu nome é Pedra, e quem lhe deu foi uma enfermeira. Quem observar essa aluna de perto verá que ela é realmente uma rocha, rica em perseverança. Sua marca registrada fica por conta do seu sorriso e de seus lindos olhos azuis.
Lá também conhecemos uma gracinha de pessoa: a Mariinha. Seu maior sonho é se apresentar no programa de televisão do apresentador Raul Gil. Na APAE ela faz parte do coral. Quando perguntamos quem levaria se pudesse se apresentar no programa ela respondeu com toda certeza que gostaria da companhia do presidente Aielo. Não é nem preciso dizer que Mariinha, a meiga descendente alemã de sobrenome complicado (Maria Terhost), está na lista de xodós do presidente, que é imensa.
Mariinha diz que adora cantar, mas também gosta de tarefas domésticas, como lavar louças e arrumar as camas.
Na escola tem se destacado nas aulas de informática e nos deu até uma canja. Diante do computador, para nos mostrar o que aprendera, adivinhem o que ela escreveu? É claro que a resposta não poderia ser outra: Maria, Aielo e Vandalice.
É por essas e outras razões que a APAE é um lugar encantado, cheio de amor e gratidão. Todas as crianças, quando indagadas, disseram adorar a instituição e que são felizes ali.
Para nós fica a lição, a experiência e o aprendizado...Feliz Natal para elas, e que Deus as ilumine, sempre!