No dia 25 de abril do ano 2000, o então prefeito Armando José Farinazzo promulgou as leis 2.545 e 2.549, que dispunham sobre denominação de próprio público municipal.
A primeira delas deu o nome de José Maldonado Baz à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Parque Estoril. A segunda denominou Heitor Maldonado a UBS do Jardim Araguaia.
Justa homenagem a pai (José) e filho (Heitor), integrantes de uma família que chegou a Fernandópolis em setembro de 1944 e aqui fincou raízes. O patriarca José comprou o Bazar e Livraria do Oeste, na Rua Brasil, em frente à casa de Vicente Ferreira da Silva, outro pioneiro da cidade. José Maldonado era homem educado e elegante. Morreu em 1980, deixando boas recordações.
Seu filho Heitor, que faleceu no final dos anos 90, era fiscal de rendas. Ao morrer, era chefe do Posto Fiscal de Ribeirão Preto. Ele ingressou na carreira pública após passar num concurso disputadíssimo cerca de 20 mil candidatos na época do governo Carvalho Pinto.
MUDANÇA
Até aqui, nada demais não fosse a constatação, feita pela professora aposentada Haydé Maldonado Garcia, de que não só não existe no Postinho do Parque Estoril (hoje, transformado em sede do Programa Sentinela) qualquer placa alusiva à denominação José Maldonado Baz, como e o mais grave no Jardim Araguaia, o nome Heitor Maldonado, antes escrito com letras azuis, foi coberto por tinta branca. Na parede, afixou-se uma placa com os dizeres PSF Dr. Germano Hernandes.
Imaginou-se que teria ocorrido um equívoco: provavelmente, a Câmara Municipal decidira homenagear o Dr. Germano, outro nome importante da história de Fernandópolis, e que faleceu há poucos anos.
O equívoco estaria no ato em si: existe lei municipal que proíbe a troca de denominação de próprio público, quando o nome primitivo for de pessoa física. Entretanto, consultados os anais da Câmara, nada se encontrou nesse sentido.
A placa do PSF (que sucedeu a UBS) dá uma pista: ela foi afixada em 2005 quando o prefeito era Rui Okuma. O polêmico logotipo da administração está lá, no canto direito da placa.
Haydé e seu irmão Hélio garantem: não querem polemizar, nem questionar a homenagem ao Dr. Germano. Mas há duas leis que precisam ser cumpridas, diz Haydé. O assessor jurídico da Câmara Municipal, Ricardo Franco de Almeida, confirmou que é vedado trocar o nome do homenageado. É preciso averiguar a origem dessa iniciativa. Pode ter ocorrido algum engano, especulou.
O assessor jurídico da prefeitura, Maurílio Saves, mostrou-se surpreso com o fato. Não há registro sequer de algum decreto, em relação à homenagem ao Dr. Germano. Está difícil de entender.
Para Maurílio, o correto é manter o nome de Heitor Maldonado no PSF do Jardim Araguaia Até porque não se pode alterar nome próprio e determinar que o nome do Dr. Germano fique ligado a outro bem municipal. Todos são mais do que merecedores das homenagens, e as famílias não mereciam passar por uma situação como essa. Mas vou conversar com a prefeita Ana Bim e tudo será resolvido, garantiu o advogado.