Professor: carreira não cai de moda e exige cada vez mais profissionais

20 de Agosto de 2025

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Professor: carreira não cai de moda e exige cada vez mais profissionais
Para quem achou que ser professor está fora de moda, o engano foi grande. Nunca o mercado exigiu tantos profissionais nesta área como hoje. Tema de discussões em jornadas acadêmicas na FEF (Fundação Educacional de Fernandópolis), a ampliação da área de atuação do profissional das licenciaturas está surpreendendo. Mas, atenção: mercado procura profissionais qualificados e versáteis.
Pesquisa divulgada na revista ISTO É em setembro mostra que 235 mil é o déficit de professores para o ensino médio no Brasil, com destaque para as disciplinas de Física, Química, Matemática e Biologia.
“Outro motivo que fez crescer muito o número de vagas para professores foi o lançamento do PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação - pelo governo federal. Dentro desse projeto, o governo criou, por exemplo, o Programa Mais Educação, com a proposta que aumentar o tempo de permanência do aluno na escola. Aqui no Estado de São Paulo, já temos as escolas de tempo integral, que exigiram mais aulas, oficinas de atividades complementares e, conseqüentemente, a contratação de mais professores”, explica Marli Viçotti, coordenadora do curso de Pedagogia da FEF.
A coordenadora lembra ainda que o MEC divulgou que apenas 15% das crianças de zero a três anos de idade estão sendo atendidas pela educação infantil. “Isso indica que haverá muitas vagas de trabalho para os futuros pedagogos, sobretudo com a ampliação do atendimento deste nível de ensino prevista pelo PDE, através do PROINFÂNCIA, programa que prevê o investimento de 800 milhões do governo federal nos próximos 4 anos”.
Marli salienta que desde 1996 é obrigatório o diploma em licenciatura para atuar em sala de aula. E na educação infantil e ensino fundamental de 1ª a 4ª séries, o professor precisa ser graduado em Pedagogia, não sendo suficiente apenas os certificados de magistério (em nível de ensino médio) para as novas contratações.
Durval Ramanholi, coordenador do curso de Letras da Fundação, lembra que a FEF tem adequado sua grade curricular a todas essas exigências do mercado de trabalho. “Como o mercado está demandando um grande contingente de professores e rápido, fizemos uma redução na duração dos cursos de licenciatura, que passaram a ter três anos. Além disso, intensificamos as atividades práticas. O aluno de licenciatura da FEF tem hoje, ao longo do curso, 400 horas de práticas de ensino, 400 horas de estágio e 200 horas de atividades complementares, saindo totalmente habilitado para atuar em sala de aula”.
Com relação à remuneração, Ramanholi disse que há boas perspectivas de melhoria, com o Projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional e prevê a implantação do piso salarial do professor, que seria R$ 800 para 40 horas de trabalho semanais. A Lei garante ao professor das mais diversas áreas a atuação em todo o Brasil, com uma remuneração mínima.
A FEF tem hoje dez opções em licenciaturas: Letras, Pedagogia, Ciências Biológicas, História, Geografia, Educação Física, Matemática, Química, Física ou Filosofia.
A Fundação oferece ainda, dentro das atividades do ISE (Instituto Superior de Educação), atividades artístico-culturais que complementam a formação do futuro professor, como aulas de teatro, canto-coral, artesanato, xadrez e dança.
“É muito importante lembrar que as escolas de tempo integral estão contratando não por tempo de serviço, mas por processo seletivo que leva em conta a proposta de trabalho apresentada pelo professor. Essa proposta requer o conhecimento do Projeto Pedagógico da escola e ações que integrem as diversas áreas utilizando metodologias e recursos diferenciados. Os egressos da FEF estão se saindo muito bem sob esse aspecto, pois têm essa formação na graduação, por meio das atividades extra-curriculares, nas aulas de estágio e práticas de ensino”, completa Marli Viçoti.