Antonio Cardoso da Silva, que prefere ser chamado de Tiziu, tem 71 anos de idade e há 2 vive em um barraco em frente à Coleta, empresa que até pouco tempo atrás era responsável pelo recolhimento do lixo da cidade. Morando entre a Rodovia Euclides da Cunha e a Marginal Litério Grecco, ele convive com um intenso movimento de veículos ao seu redor.
Outro dia fui atropelado por uma moto, quando eu voltava da cidade, eu tinha ido a um bar tomar minhas pingas, e quando estava chegando no meu barraco a moto me pegou. O piloto caiu bem lá atrás, e a moto veio raspando no asfalto e me quebrou o joelho. Estou sentindo muita dor e não consigo andar, meu joelho está doendo demais. Então, tomo uma pinguinha e a dor passa, diz, mesmo com dor, o sorridente Tiziu.
O morador do barraco, sem condições algumas de higiene, afirma que já foi assaltado este mês.
Levaram minha colher de pedreiro, minha cesta-básica, meu litro de óleo, que uso para fazer minha comida, e ainda R$ 90,00 que eu tinha guardado, reclama.
Ele afirma nunca ter se casado, e que ainda, mesmo residindo em um local muito simples, consegue algumas namoradas.
Sempre tem alguém, não é verdade? Eu não tenho pai, não tenho mãe, nunca fui casado, e não tenho filho. Na verdade nunca me casei pra não arrumar ninguém que me enchesse a cabeça, sou só eu e Deus nesse mundo, diz Tiziu.