Traçado da Norte-Sul não é o ideal, diz Carlos Lima

20 de Agosto de 2025

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Traçado da Norte-Sul não é o ideal, diz Carlos Lima
O traçado da Ferrovia Norte-Sul, passando por Santa Fé do Sul, na forma do estudo revelado no Senado pelo Ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, “não é o ideal para Fernandópolis nem para a própria logística”, disse ontem o empresário fernandopolense Carlos Lima, coordenador do projeto do Porto Intermodal de Água Vermelha.

O empresário baseia sua afirmação no grande desvio que o trajeto da ferrovia terá que fazer em direção a oeste, para atingir Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul: “Isso foi feito por causa de interferência política do ex-governador do MS, Zeca do PT”, garantiu Lima.

Para o coordenador, não faz sentido o traçado previsto nos estudos de viabilidade, que deverão ser concluídos em março do próximo ano, e que prevêem, a partir do Centro-Oeste, o roteiro Anápolis-Goiânia-Aparecida do Taboado-Santa Fé do Sul-São José do Rio Preto. “Esse trajeto alija da ferrovia Norte-Sul o Estado de Minas Gerais, cujo governador, Aécio Neves, tem vivo interesse na ferrovia”, disse.


PONTES
Outro ponto negativo se refere às pontes ferroviárias, cuja construção é inevitável. “É muito mais barato construir uma ponte rodo-ferroviária sobre o Rio Grande, em Água Vermelha, do que uma ponte ligando Goiás a Mato Grosso do Sul, sobre o Rio Paranaíba, que em Porto Alencastro tem mais de 1200 metros de largura”, comentou Lima.

Finalmente, o empresário destaca o fato de que é fundamental para a integração logística a existência de terminais hidroviários, como já está sendo implantado em Água Vermelha, no município de Iturama: “o que caracteriza o Pólo é a multimodalidade, o que não se verifica no trajeto proposto”.

Carlos Lima voltou a criticar a indiferença com que a prefeita Ana Bim, de Fernandópolis, trata a questão. “O que a prefeita fez foi nos arranjar vários concorrentes, ao divulgar informações que não deveriam vazar e ao atrasar os planos com a insistência em não adquirir o terreno para a base logística. Hoje, nossas idéias estão sendo exploradas por muitos municípios”.

Lima conclui: “Meu medo é que o trajeto efetivamente venha por Minas Gerais, como esperamos, mas que em território paulista tome um caminho que não seja o de Fernandópolis – Jales, por exemplo. Tudo por conta da letargia da administração, que ainda vai nos custar caro”.