Projeto de homenagem a Okuma vira discussão do sexo dos anjos

20 de Agosto de 2025

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Projeto de homenagem a Okuma vira discussão do sexo dos anjos
Um velho jornalista, já falecido, costumava dizer que “em Fernandópolis, banana come macaco e galinha cisca para a frente”. Essa desgastada expressão veio à mente de muitos dos que assistiram à sessão da Câmara na noite de terça-feira, quando esteve na ordem do dia uma declaração de veto total, apresentada pela prefeita Ana Bim, ao projeto de Lei 63/2007, de autoria do vereador Milton Bortoleto, que dá o nome de Massanobu Rui Okuma ao Paço Municipal de Fernandópolis.

Sob o argumento de que “o falecido prefeito se chamava Massanobu Okuma, e não Massanobu Rui Okuma”, a procuradoria jurídica da prefeita aconselhou-a a promover o veto, alegando inconstitucionalidade.

Um parecer do assessor jurídico da Câmara refutou a argumentação, ponderando que há estradas no Brasil com os nomes de Mário Covas (que se chamava Mário Covas Junior) e de Juscelino Kubtischek (que se chamava Juscelino Kubtischek de Oliveira).

Na saraivada de teses e acusações (“respeito à lei”; “preciosismo”; deselegância com a família”) o veto acabou sendo derrubado por 8 votos a 2. Até o presidente Ademir fez questão de votar, mas não se sabe qual foi a sua opção, nem as dos demais: a votação foi secreta.

Em tempo: “Rui” era o “nome brasileiro” que a família escolheu para o falecido prefeito. Trata-se de um hábito muito comum na colônia japonesa.