Um velho jornalista, já falecido, costumava dizer que em Fernandópolis, banana come macaco e galinha cisca para a frente. Essa desgastada expressão veio à mente de muitos dos que assistiram à sessão da Câmara na noite de terça-feira, quando esteve na ordem do dia uma declaração de veto total, apresentada pela prefeita Ana Bim, ao projeto de Lei 63/2007, de autoria do vereador Milton Bortoleto, que dá o nome de Massanobu Rui Okuma ao Paço Municipal de Fernandópolis.
Sob o argumento de que o falecido prefeito se chamava Massanobu Okuma, e não Massanobu Rui Okuma, a procuradoria jurídica da prefeita aconselhou-a a promover o veto, alegando inconstitucionalidade.
Um parecer do assessor jurídico da Câmara refutou a argumentação, ponderando que há estradas no Brasil com os nomes de Mário Covas (que se chamava Mário Covas Junior) e de Juscelino Kubtischek (que se chamava Juscelino Kubtischek de Oliveira).
Na saraivada de teses e acusações (respeito à lei; preciosismo; deselegância com a família) o veto acabou sendo derrubado por 8 votos a 2. Até o presidente Ademir fez questão de votar, mas não se sabe qual foi a sua opção, nem as dos demais: a votação foi secreta.
Em tempo: Rui era o nome brasileiro que a família escolheu para o falecido prefeito. Trata-se de um hábito muito comum na colônia japonesa.