Uma medida cautelar inominada proposta ontem pela Mitra Diocesana de Jales, à qual está subordinada a Paróquia Santa Rita, de Fernandópolis, obteve liminar para suspender as obras do terminal rodoviário que a prefeita Ana Bim realiza na Praça da Matriz, em terreno pertencente à Igreja Católica.
A liminar foi concedida pelo juiz Evandro Pelarin, da 3ª Vara da Comarca. O magistrado considerou que a cessão de utilização de uma faixa do terreno foi feita pela Igreja à prefeitura em 1959 para alargamento das ruas circundantes, e não para servir de terminal de ônibus.
Pelarin escreveu: O domínio e a finalidade da cessão do espaço, ao município, vêm reafirmados no convênio entre as mesmas partes, de 1990. Nesse documento, aliás, consta expressamente que a prefeitura pode utilizar os imóveis segundo a destinação avençada, reservando-se à proprietária, a Igreja, a retomada da posse dos terrenos.
O padre Carlos Augusto Fabri afirmou durante entrevista à Rádio Difusora, na tarde de ontem, que Igreja exige silêncio, é um local de meditação e celebração que queremos preservar. A Paróquia Santa Rita nunca deixou de colaborar com o município, mas houve um desrespeito, porque a prefeitura não estava autorizada a fazer a obra.
O padre criticou a falta de planejamento: Temos que pensar Fernandópolis para daqui a 20 anos. Se esse terminal vai ser uma solução para curto prazo, então que não seja feito e se busque uma solução definitiva.
O advogado Maurílio Saves, da prefeitura, disse que tentará cassar a liminar. A inauguração estava prevista para este sábado.