O presidente da Associação de Amigos do Município de Fernandópolis, o advogado José Humberto Merlim, cujo mandato deverá terminar no próximo dia 25, afirmou durante reunião na terça-feira que há uma onda de negativismo na cidade e que a culpada seria a imprensa, que só divulga fatos ruins, quando deveria divulgar boas notícias.
No dia seguinte, o tema foi alvo de debate em reunião do Rotary Clube Fernandópolis. O fato surpreendeu os jornalistas da cidade, uma vez que Merlim e sua entidade sempre receberam total apoio e ampla cobertura por parte dos veículos de comunicação de Fernandópolis.
Além disso, jornalistas não produzem a notícia eles apenas as divulgam, cumprindo dever de ofício. Se as novidades que cercam Fernandópolis têm sido, em sua maioria, de teor negativista, é porque a cidade não vive um bom momento em sua história. CIDADÃO ouviu alguns jornalistas e publica suas opiniões.
Hoje li na imprensa nacional uma declaração do senador Renan Calheiros, dizendo que a batalha contra a mídia é desigual. Fiquei revoltada. É como se a imprensa tivesse o poder de escolher a melhor manchete. A imprensa tem, sim, suas boas manchetes graças às obras incríveis que os políticos estão construindo ultimamente. Não bastasse Renan, a Associação de Amigos também resolveu culpar a imprensa pela onda de negativismo que ronda Fernandópolis. Meu Deus, achava que não fosse ouvir nada pior a nosso respeito depois que nos chamaram de movidos a gasolina ($). Estou de luto. (Ana Cláudia Scandiuzi, assessora de imprensa da Câmara Municipal).
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O presidente da Associação de Amigos está equivocado. Provavelmente ele não acompanha a imprensa em seu conteúdo, deve fazê-lo pelo Ouvi dizer. Só isso poderia explicar essa atitude. Aliás, é surpreendente, porque a Associação de Amigos sempre teve apoio incondicional da imprensa de Fernandópolis (Valdecir Cremon, do site Região Noroeste e presidente da Associação dos Profissionais de Imprensa de Fernandópolis).
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Acho que a imprensa de Fernandópolis vive um período em que deixa de esconder as coisas, é mais livre. O leitor quer ilusão ou realidade? A gente não inventa, fatos são fatos. Por exemplo, na sessão da Câmara em que a prefeita foi prestar esclarecimentos, quem ficou na berlinda foi o nosso jornal, a Folha de Fernandópolis, e não as pessoas envolvidas nos fatos. Realmente, existem pessoas que querem censurar a imprensa. Mas nós temos compromisso com a verdade. (Tatiana Brandini, editora da Folha de Fernandópolis).
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Infelizmente, Fernandópolis não tem gerado boas notícias, que divulgaríamos com o maior prazer. A cidade mais tem perdido do que conquistado. Será que deveríamos esconder do leitor a diminuição da população de Fernandópolis, constatada pelo IBGE? Será que deveríamos omitir o fato de que os investidores de fora não vêm para a cidade porque não existe um palmo de terra para ser doado às indústrias? Será que deveríamos esconder do leitor a perda de órgãos importantes como o DEPRN? (Alencar César Scandiuzi, diretor do Sistema Líder de Comunicação e do jornal CIDADÃO).
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A imprensa de Fernandópolis não é culpada pela tal onda de negativismo que a Associação de Amigos vê na cidade. Compete aos poderes constituídos se unirem para resolver os problemas do município. A imprensa não cria os fatos, só os divulga. (Luciano Donadelli, do site Região Noroeste).