A princípio, ele foi contra, relutou, chegou a se negar peremptoriamente a dar a entrevista. Não faz sentido, disse. Aos poucos, procurei lhe mostrar que, se nosso jornal chegava à 100ª edição, grandes méritos também eram dele, Winter Menezes, autor do projeto gráfico e editorial, e ainda o diretor administrativo, batalhador incansável para fazer de CIDADÃO um jornal respeitável até pelos seus concorrentes. Na entrevista, o leitor poderá conhecer melhor esse jovem empresário (ainda nem chegou aos 30), com vivência no exterior, publicitário que também comanda a agência Wing Propaganda e Marketing ao lado de Glenda Scandiuzi, sua cara-metade, além de ser o responsável pelo marketing do Grupo Arakaki. E entender as razões da insistência deste editor!
Por Vic Renesto
Quando foi que você decidiu trabalhar na área da comunicação?
Sempre fui um apaixonado por comunicação, em todas as suas extensões. Mesmo antes de fazer a faculdade de Publicidade e Propaganda, já me interessava por anúncios, campanhas, pesquisas e achava o máximo como os consumidores eram persuadidos pelos apelos das peças publicitárias criadas pelas agências. Durante o curso, descobri o Marketing, que era mais amplo do que a comunicação, foi quando consegui uma vaga para trabalhar no departamento de marketing do jornal Diário da Região, onde trabalhei por vários anos, até que surgiu uma oportunidade de ir estudar em Chicago-EUA. Depois, quando voltei, fui convidado para trabalhar no marketing da Casa Verde, atual Casa D, uma das maiores fábricas de móveis do país. Paralelamente fiz uma pós-graduação em Gerenciamento de Marketing.
Por que você foi morar no exterior?
No último ano de faculdade só escutávamos dos professores que, para entrar no mercado de trabalho, teríamos que ter experiência internacional. Foi ai que eu e mais duas amigas decidimos que iríamos para os EUA, já que o mercado pedia isso. A história foi muito engraçada, porque iríamos, a princípio, ficar na casa de um sobrinho de uma vizinha da tia de uma dessas minhas amigas, na cidade de Chicago, o qual nunca tínhamos visto pessoalmente, só nos falado por telefone! Enfim, com muita coragem fomos para a terceira maior cidade dos EUA. O estado americano de Ilinois, onde fica Chicago, na época era o único estado que emitia documentação para estrangeiros. Foi então que tudo foi facilitado: conseguimos tirar legalmente a Drivers Licence (que corresponde ao nosso RG) e o Social Security (que corresponde ao nosso CPF). Não éramos cidadãos americanos, mas moradores oficiais de Chicago. Com essa documentação, conseguimos ingressar no Truman College, uma escola do governo que ensinava inglês para estrangeiros. Fiquei por lá durante nove meses, até que acabou o curso. Também fiz vários outros cursos paralelamente na área de marketing. É uma experiência que recomendo para todo mundo: sair do seu mundinho, dos seus limites, perceber que somos cidadãos do mundo e que temos muitas coisas para conhecermos e realizarmos. Ah, tem uma coisa, durante o tempo que fiquei lá, também trabalhava em uma pizzaria italiana que fornecia pizza para os produtores que traziam shows para Chicago, especificamente no United Center, do Chicago Bulls. Resumindo a história, já fui entregar pizza no camarim de Tina Turner, Aeromaiden, Sting, Mariah Carey e Ricky Martin!
Como nasceu o projeto CIDADÃO?
O CIDADÃO nasceu de uma premissa básica de levar notícias com imparcialidade aos leitores de jornal de Fernandópolis. Na verdade, em nossas reuniões entre a Glenda e o Sr. Cesar Scandiuzi, uma coisa era bem clara: o jornal só nasceria se o Departamento de Redação tivesse total liberdade de se expressar, independentemente de qualquer outro interesse, fosse ele comercial, profissional ou pessoal. E naquela época (setembro de 2005), Fernandópolis estava carente neste aspecto. Foi ai que surgiu nossa missão: ser um jornal independente, compromissado unicamente com o leitor, com a defesa intransigente dos interesses de Fernandópolis e com a luta pelo desenvolvimento do município. Hoje, quando chegamos à 100ª edição, podemos olhar para trás e perceber que estamos cumprindo o nosso compromisso com o leitor.
A que você atribui o sucesso de CIDADÃO?
Atribuo o sucesso do jornal CIDADÃO à experiência do Sr. Cesar Scandiuzi, que é um ícone na história da comunicação de nossa cidade, fundador do Sistema Líder de Comunicação. Ele é mais do que o jornalista responsável por nosso periódico, é a própria alma do jornal. Temos aprendido muito com ele.
Não posso deixar de citar também o empenho e dedicação da Glenda Scandiuzi, além de toda a equipe de redação, diagramação, administração, comercial e daqueles que fazem com que todo o nosso trabalho chegue às mãos de nossos leitores nas manhãs de sábado, ou seja, os nossos entregadores. Enfim, temos uma equipe motivada para fazer do CIDADÃO um grande sucesso.
E o CIDADAOnet?
Pelo fato de Fernandópolis não gerar um grande volume de notícias interessantes e de peso diariamente, o que inviabilizava um jornal diário, chegamos à conclusão de que o CIDADÃO seria um jornal semanal. Porém, com o passar do tempo, sentimos que nossos leitores possuíam uma necessidade de ter acesso a informações diariamente, foi quando surgiu o projeto do CIDADAOnet, que é um site de notícias, onde todos os dias os internautas podem conferir as principais informações dos acontecimentos da cidade. No CIDADAOnet os internautas têm acesso às fotos dos eventos sociais, classificados (podem fazer seus anúncios gratuitamente) e pesquisar por matérias publicadas anteriormente sobre um determinado assunto. Através do site, nossos leitores sugerem pautas de matérias, fazem denúncias, enfim, o CIDADAOnet também é um canal de comunicação entre os leitores e o próprio jornal. O mais bacana é ver que diariamente o número de acessos ao site cresce absurdamente e então percebemos que realmente na internet não há barreiras geográficas.
Como você vê o meio de comunicação jornal na construção de marcas?
Um dos papéis dos meios de comunicação, além de levar mensagens de anunciantes para seus consumidores, é o de ajudar na construção e fortalecimento das marcas, produtos e serviços.
O meio de maior destaque no papel da mídia no auxílio à construção das marcas é o jornal. Faz chegar a mensagem ao consumidor com eficiência, envolto em um contexto de informação que supri as expectativas destes consumidores. Além de ser considerado por eles o meio de comunicação de maior credibilidade e confiabilidade. O meio jornal faz muito mais do que conectar o anunciante ao consumidor. Ele tem um papel muito mais amplo, rico e influente, ao entregar ao consumidor a mensagem do anunciante e a informação que o envolve. Segundo pesquisas Marplan, o jornal é a principal fonte de informação para anúncios de produtos e serviços, com 59% das menções.
Então anunciar em jornal gera resultados?
Sim, claro. O feedback que temos dos anunciantes do CIDADÃO é de que os anúncios têm contribuído para o sucesso de suas empresas. Algumas coisas poderiam ser aprimoradas, como por exemplo: existem empresários que acreditam que devam anunciar somente no Dia das Mães, no aniversário da cidade e no Natal. Isso é um engano, pois a sua marca deve estar sempre persuadindo os consumidores, durante todo o ano. Outra coisa: os empresários devem perder o medo de anunciar preços, pois há um maior interesse pelo anúncio por parte do consumidor quando ele traz o preço dos produtos. Prova disso é a estratégia de comunicação das Casas Bahia, uma gigante no setor do varejo.