Carlos Alberto Brandão, 49, mais conhecido como Cacá, já está há três décadas, como costuma dizer, vivendo de seus artesanatos. Cacá confecciona colares, brincos e pulseiras utilizando diversas sementes, entre elas as de açaí, coco, sucupira, flamboian, pau-brasil, algodão, e utiliza também conchas e pedras. Já estou iniciando alguns trabalhos em que fundirei prata com sementes, conchas e pedras, fios de metal, também fazendo colares, brincos e pulseiras, diz.
Casado com Márcia Regina Gavioli Brandão, que também produz diversas peças, o artesão tem dois filhos e conta um pouco de sua história de vida:
Sou natural de São Paulo, e desde 1975 faço meus trabalhos. Tudo começou quando eu era ofice-boy no centro da capital, trabalhava em uma firma, que é até nome de uma banda, a Casa das Máquinas, loja de materiais e equipamentos para escritório, que ficava ao lado do antigo Mappin, em frente ao Teatro Municipal. Eu sempre via uns cabeludos, fazendo e vendendo seu próprio artesanato, ficando sempre ali no centro, às vezes indo para a praça da República, e então conheci, na rua Florenço de Abreu, a Casa da Bóia, onde são comercializados todos os materiais para se confeccionar os artesanatos, desde arames, alicates, miçangas, metais, pedras, sementes etc. Depois trabalhei com couro, fazendo bolsas, sandálias, cintos, e também já trabalhei com celigrafia, fazendo muitas camisetas do Chapplin, Che, Jhon Lennon. Não me esqueço da época em que houve uma campanha sindical na Polônia, chamada Solidariedade, que se espalhou por todo o mundo, quando a juventude socialista usava muitas camisetas da Solidariedade, enfatiza. O movimento citado por Cacá transformou-se na década de 80 no Sindicato Solidariedade, à época liderado pelo eletricista Lech Walesa, que mais tarde, em 1990, seria eleito presidente da Polônia.
Há aproximadamente 10 anos iniciou uma rotina que lhe garantiu um grande público na baixada santista, litoral de São Paulo. Cacá viaja para Praia Grande periodicamente e permanece no litoral até vender suas peças, retornando para Fernandópolis, onde com Márcia, produz novos trabalhos para retornar ao litoral. Fico de 15 a 20 dias lá, onde tenho clientes fiéis. Minha intenção é ficar mais em Fernandópolis por um tempo, pois aqui também comecei a ser muito procurado e agora quero reforçar minhas raízes na cidade, afirma Cacá, que também está retomando sua veia musical, e se apresenta todos os meses no Chalé Acústico, onde, acompanhado de seu violão e do parceiro Rogério Trevisan, apresenta um diversificado repertório de música popular brasileira. Música boa, num ambiente perfeito e muito bem acompanhado, ressalta o artista.