“Sem obras, a fé está morta”

20 de Agosto de 2025

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“Sem obras, a fé está morta”

João Otavio Furtado da Silva tem 21 anos e é formado em Matemática pela FEF. Filho de Silvia e Adão, fez uma escolha importante no final do ano passado: decidiu entrar para o Seminário de São José do Rio Preto e estudar pelos próximos sete anos para ser padre. Antes de entrar para o Seminário, trabalhou três anos e meio no Magazine Luiza de Fernandópolis.

O jovem sempre foi engajado nos trabalhos da igreja. Foi batizado, fez a Primeira Eucaristia e a Crisma na Paróquia Santa Rita de Cássia. Aos Sete anos iniciou no Coral das Crianças. Aos 13 anos participou e coordenou o Grupo de Jovens Perseverança. Aos 15 anos, fez o 11º EJOCRI - Encontro de Jovens com Cristo -, onde foi dirigente jovem e coordenador de Círculo. Sempre participou de Encontros Diocesanos de Coordenador, DNJ -(Dia Nacional da Juventude), Semana Missionária e Encontros Vocacionais. "Desde criança, meus pais sempre me motivaram a participar da Igreja, e com isso desenvolvi um enorme Amor por Jesus Cristo e por toda a Igreja. É como se fosse algo que me completa, que me satisfaz. Sinto-me realizado em participar, ajudar, e fazer a minha parte", conta.

Mesmo em Rio Preto, João Otavio não se desvinculou de suas origens, participando efetivamente da comunidade fernandopolense. “Como Seminarista, estou fazendo estágio pastoral na minha Paróquia de origem e estou à disposição de todos os movimentos que precisarem da minha ajuda. Geralmente, ajudo nas Celebrações, nos Encontros de Formação, nos grupos de Jovens, na Secretaria Paroquial, nas Celebrações na Santa Casa. Quando possível, ajudo no Núcleo 1 com o Pe. Junior, no Núcleo 2 com o Pe. Rodolfo e no Núcleo 3 com o Pe. Miguel”, explica.

Falando assim, parece que João Otavio sempre viveu apenas em função da igreja, mas não. Sua infância foi igual à de todas as crianças. Andava de bicicleta, skate, patins, jogava bola. Brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega, bola queimada. Adorava subir em arvore, jogar bets. Aproveitou como pode a adolescência fernandopolense: participou dos grupos de jovens, passeou no shopping, foi cinema, teatro, baladas, Expo, várias festas, estudou, frequentou academia, espanhol, informática. Tudo aquilo que os jovens têm fôlego de sobra para fazer.

Ele decidiu sua entrada para o Seminário julho de 2012, durante a Semana Missionária em Ilha Solteira. “Senti algo tão forte, tão intenso. Inexplicável. A música que marca minha vida e minha vocação é a seguinte: ‘outra vez me vejo só com meu Deus, não consigo mais fugir, fugir de mim, junto às águas desse mar vou lutar, hoje quero me encontrar, buscar o meu lugar’. Fui uma decisão muito tranquila e consciente. A cada dia tinha mais certeza de que estava no caminho certo, na procura da minha felicidade”, conta.

Claro que os medos e anseios também o assombraram, afinal, é uma decisão muito importante na vida de qualquer jovem. “Quando criança eu achava que Padre era tipo um super-herói. Sempre tive uma enorme admiração pelos padres e, por participar ativamente na comunidade, sempre tive uma amizade com diversos deles. Sempre tive pensamentos em ser padre, mas, por outro lado, queria também ser alguém como todos os outros. Casar, ter filhos, envelhecer e morrer. Mas percebi, ao longo da minha vida e de toda a experiência vivida, que a vida tem vários papeis diferentes e não tem graça sermos todos iguais. Além disso, e o mais importante, é que mesmo apenas participando de grupos de jovens, missa e encontros, ainda faltava algo mais intenso pra me completar. Senti que precisava avançar para as águas mais profundas”.

As responsabilidades aumentaram, mas João Otavio permanece firme em sua escolha e garante: está realizado com os rumos que sua vida tem tomado. O rapaz não teria tomado decisões tão importantes se não fosse a fé que carrega no coração. “A fé é a chave que abre a porta para Deus, é uma virtude, uma experiência, é a oração intima e pessoal com Deus. Deus é amor, e ele nos vai capacitando pouco a pouco. Jesus Cristo quer ser nosso amigo e deseja, do seu coração misericordioso, ser amigo dos homens. Cabem a nós abrirmos nossos corações e o deixar entrar para realizar milagres nas nossas vidas. A fé se manifesta em atos. Sem obras, a fé esta morta”.