Talento, carisma e simpatia são algumas das qualidades que definem três adolescentes de Fernandópolis, que têm despontado no cenário musical nos últimos anos. Isabela Catelani e Caio Beppu Rola têm apenas 15 anos de idade, Giulia completou 16 anos na última quinta-feira, mas nos palcos, eles mostram que têm bagagem de gente grande.
Cada um tem sua história de vida e um motivo para ter entrado no mundo da música. A jovem Isabela Catelani, por exemplo, decidiu trocar a quadra de tênis e a raquete pelo palco e o violão. Em sua casa, ela coleciona uma média de 50 troféus conquistados em campeonatos. Chegou a passar uma temporada na Florida disputando torneios, mas ao retornar, viu que não era aquilo que realmente queria.
O melhor da história é que o tio Valdir Éredia que a ensinou a jogar tênis também gostava de violão e não hesitou em apresentar mais uma de suas paixões à sobrinha. Com incentivo da família e de uma amiga e professora de redação (Ana Lúcia Caparroz), Isabela resolveu não só investir no novo sonho, mas a compartilhar esse talento com outras pessoas.
Para tanto, ela se juntou a uma banda, no ano passado, para tocar e cantar em um festival escolar que aconteceu em outubro. Não satisfeita, Isabela decidiu também fazer solo. Eu pensei, se vou ter coragem para tocar e cantar na banda, também tenho para fazer um solo. Escolhi uma música, mas resolvi trocar na última hora. Cheguei para os jurados e pedi para fazer a alteração, eles aceitaram e eu me senti muito mais segura.
O resultado não poderia ter sido melhor. Isabela ganhou o primeiro lugar da música solo; troféu revelação e segundo lugar na categoria banda. Três troféus em uma única noite e mais uma grande surpresa: foi convidada por um dos jurados - o cantor Rafa - para fazer apresentações pela região. Sábado passado eles estiveram em Votuporanga, neste sábado se apresentam no Chalé Acústico e, no início do mês, em Jales.
Talento semelhante ao de Isabela tem Giulia Faria, que completou mais um ano de vida nesta quinta-feira. Sua história com a música começou aos dez anos de idade, quando, certo dia, seu pai apareceu com um cd de música clássica, que chamou a atenção da pequena. Eu disse: pai, muito bom esse cd. E ele, então, me disse que havia comprado de um rapaz que tocava e dava aulas de violão clássico. Aí meu pai perguntou se eu tinha interesse em fazer aulas de violão com ele. Aceitei e fiz dois anos e meio de aula, até que por uma fatalidade o professor acabou falecendo subitamente. Aquilo me marcou muito e eu não consegui mais voltar a tocar violão.
Nessa época, Giulia e sua família moravam em Santa Fé do Sul. Tempos depois, eles se mudaram para Fernandópolis e ela começou a fazer aulas de violão popular em um conservatório da cidade. Esse ano, ela decidiu também fazer aulas de guitarra e, em breve, pretende aprender teclado.
Mas o seu grande diferencial está na voz. Giulia foi agraciada com um timbre vocal dócil, suave, marcante e inconfundível. Ela nunca fez uma aula de técnica vocal - diferente da irmã, que tem maior conhecimento - mas é abrir a boca para cantar e conquistar a todos. Dom divino! É assim que explica sua mãe, ao lembrar das inúmeras vezes que rezou para que suas filhas tivessem talento para música, uma vez que ela nunca teve.
Giulia é apaixonada por violão, mas reconhece que é sempre mais chamada para cantar do que tocar. Ela já participou de vários festivais. Na última quinta-feira, apresentou sete músicas em uma audição. Mais uma vez, Giulia deixou a todos os presentes emocionados com todo seu talento.
Outro jovem que tem feito sucesso em suas apresentações é Caio Beppu Rola. Segundo ele, a música se tornou uma tradição de família. Meu avô sempre gostou de música, meu pai também. Daniel, meu irmão mais velho, toca violão e eu desde pequeno, o acompanho cantando. Um dia resolvemos montar uma banda, mas faltava um contrabaixista, foi aí que eu decidi aprender meu primeiro instrumento, disse.
Caio, Daniel e mais três amigos formaram então a banda Mestre de Nós, para tocar em um festival escolar. A harmonia entre os cinco jovens deu tão certo que eles não só ganharam aquele festival, mais dois outros consecutivamente.
Esse ano a banda acabou se desfazendo, pois a responsabilidade de alguns aumentou devido ao trabalho e a faculdade. Sem tempo para os ensaios, o conjunto se desfez. Mas Caio continua brilhando em festivais, na penúltima terça-feira ele se apresentou ao lado de Giulia, no Teatro Municipal, com a canção É tudo que se quer do Fantasma da Opera. A dupla arrasou!