Nem mesmo o frio atrapalhou a celebração do Dia do Motorista realizada pela Igreja Católica no último sábado em Fernandópolis. Dezenas de fiéis se reuniram para pedir a bênção de São Cristóvão, o santo protetor dos motoristas e viajantes.
Segundo o padre José Aparecido Ferro Martinez (Zezinho), pároco da Igreja Santa Rita de Cássia (Matriz), diz a tradição que São Cristóvão era um homem muito forte que ajudava as pessoas a cruzarem o rio. Um dia um menino pediu para ajudá-lo e São Cristóvão colocou-o nos ombros e começou a atravessar o rio.
A cada passo a criança ficava mais pesada, o santo então se esforçava ao máximo para salvar o menino. São Cristóvão disse à criança que estava muito difícil e que parecia estar carregando o mundo. A criança respondeu: Não fique surpreso, você está carregando o criador do mundo nos ombros. O menino era Jesus.
Por isso, São Cristóvão é invocado por todos os caminhoneiros, taxistas e motoristas antes de fazerem uma jornada. Raramente se vê um deles sem uma medalhinha de São Cristóvão em algum lugar do veículo.
Para manter essa tradição, a partir das 17h foi dado início à celebração feita pelo padre Onivaldo Byná, que começou com a bênção das chaves e documentos dos veículos na Praça São Luiz Gonzaga, no bairro Brasilândia. Depois disso, houve uma carreata que seguiu, como de costume, em direção à Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia, no centro da cidade. Ali foram benzidos os veículos participantes e distribuído um chaveiro com a imagem de São Cristóvão.
Segundo Onivaldo, o propósito da celebração é abençoar aos motoristas para que façam sempre uma boa viagem. Tem um texto próprio de bênção que é lido e, em seguida, é aspergida a água como sinal da bênção e do nosso compromisso como batizado. Sempre escutamos muitos testemunhos de que nos momentos de dificuldades, os motoristas evocam o São Cristóvão e são ajudados.
José Aroste é devoto de São Cristóvão há 30 anos. A gente pede auxílio a ele em toda viagem porque a rodovia é perigosa demais. Qualquer coisa que saia errada a gente pede socorro. Venho à celebração todos os anos. Eu ia viajar para Cuiabá hoje, mas não fui para vir aqui, disse José.
A mesma devoção tem Everaldo Arruda, 39, que é motorista desde os 18 anos de idade Desde que me tornei motorista passei a ser devoto de São Cristóvão. Eu viajo constantemente para o norte de Mato Grosso, quando inicio a viagem faço minha oração e peço a proteção. Faço oração com toda fé e sigo a viagem. Tive um acidente em 1992, mas graças a Deus fui guardado do mal, afirmou Everaldo.
Já na casa de Everli e Edson Stradioto a bênção não é invocada apenas pelo marido que é caminhoneiro, mas para todos da casa. Eu peço todo dia proteção de São Cristóvão para proteger meu marido e meus filhos que saem de casa para trabalhar. Todos os anos a gente vem na celebração depois participamos da passeata, disse Everli.
Para o motorista Cristiano Cássio Picolo, 35, a celebração tornou-se uma tradição de família. É uma emoção enorme que não cabe no peito, todo ano estou aqui. A gente se emociona muito é uma paz de Deus que vem sobre nós e nos abençoa na estrada. É uma tradição de família.
Mas durante a cerimônia os padres advertem: não basta apenas rezar, é preciso fazer também a sua parte. Orientamos aos motoristas que não adianta apenas participar da bênção e depois dirigir a 180 por hora. É preciso ser prudente, respeitar as pessoas e as leis de trânsito. Quem assim faz com certeza será bem sucedido, concluiu o padre José Aparecido Ferro Martinez.