Registro em vídeo foi feito na manhã desta segunda-feira, 27
A represa Beira Rio, em Fernandópolis, que já abriga capivaras e garças, ganhou um novo e inusitado visitante. Na manhã desta segunda-feira, 27 de outubro, uma lontra foi vista nadando e se alimentando de peixes no local — um registro inédito na cidade.
O flagrante foi feito pelo professor Carlos Eduardo Maia de Oliveira (Cadu), curador do Museu de Paleontologia de Fernandópolis, por volta das 8h45.
“É um animal muito arisco”, relatou o professor, que conseguiu registrar o momento em vídeo (veja abaixo).
A lontra-neotropical (Lontra longicaudis), espécie que habita rios, lagos e represas, já foi identificada em outras áreas da região noroeste paulista. Pesquisas anteriores confirmaram a presença do animal na Estação Ecológica do Noroeste Paulista, em Rio Preto, unidade de conservação que protege remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica.
Classificada como “quase ameaçada” no estado de São Paulo, a lontra é um mamífero semiaquático carnívoro, cuja dieta é baseada principalmente em peixes, mas também inclui crustáceos, anfíbios, aves e pequenos mamíferos. A presença desse animal está diretamente relacionada à qualidade dos corpos d’água e à disponibilidade de alimento.
Nos últimos anos, registros semelhantes vêm sendo feitos em outras cidades da região, como São José do Rio Preto, onde uma lontra foi fotografada na represa municipal em 2025. Esses avistamentos indicam que a espécie tem conseguido se manter em ambientes preservados do interior paulista.
Além de representar um importante indicador ambiental, a aparição da lontra reforça a necessidade de preservar os recursos hídricos e as áreas verdes da região.
Apesar do fascínio que o animal desperta, é importante manter distância: lontras podem reagir de forma agressiva se se sentirem ameaçadas, utilizando seus dentes afiados, mandíbulas fortes e garras para se defender. Ataques são raros, mas o cuidado e o respeito à vida silvestre são fundamentais.
Lontra é vista na represa em Fernandópolis: animal é arisco e pode ser perigoso se se sentir encurralado - Foto - internet
