Santa Casa de Fernandópolis faz parte da rede de 24 hospitais da região para captação de órgãos
Setembro Verde é o mês dedicado à campanha de conscientização e incentivo à doação de órgãos e tecidos no Brasil, fundamental para que o país atinja índice minimamente aceitável e possa salvar cada vez mais vidas. A região noroeste do Estado de São Paulo destaca-se no Brasil ao registrar 46 doadores por milhão de pessoas, mais do que o dobro da média do país.
O desempenho é resultado de trabalho executado ao longo de 10 anos pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base de São José do Rio Preto e que hoje envolve outros 23 hospitais da região, incluindo a Santa Casa de Fernandópolis que realizou a última captação no dia 20 de agosto. Foram captados rins e córneas.
O procedimento foi conduzido pela equipe multiprofissional da instituição, por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. Nos últimos três anos, o hospital já realizou 14 captações de órgãos, reafirmando seu papel fundamental não só na assistência médica, mas também na promoção da solidariedade por meio da doação.
A atuação integrada dos 24 hospitais resulta numa crescente aceitação pelas famílias, o que destaca a região em nível estadual e até nacional.
Das famílias consultadas sobre a doação de órgãos de seus entes falecidos pelos profissionais destas instituições da região noroeste paulista, 75% dizem "sim", enquanto no Estado de São Paulo este índice é de 60% e no Brasil, de 55%.
Segundo o Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e a ABTO, 71 mil pessoas estavam esperando por doação de órgãos e tecidos em junho de 2025. Os órgãos mais demandados eram rim (38.349), córnea (31.035) e fígado (1.482).
Um doador pode beneficiar até 8 pessoas com órgãos (coração, 2 pulmões, fígado — que pode ser bipartido em 2 receptores, pâncreas e 2 rins). Além disso, a doação de tecidos (córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, tendões, cartilagens, vasos sanguíneos) pode beneficiar mais de 50 pessoas.
O Brasil deveria atingir pelo menos 30 doadores efetivos por milhão de pessoas (PMP) para atender à demanda nacional, no entanto, o país registra em torno de 20 doadores PMP, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).