Cidade registrou 400 acidentes e 14 mortes entre setembro de 2024 e agosto de 2025
O impacto dos sinistros de trânsito vai muito além da tragédia humana. Dados divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Infosiga, sistema estadual de monitoramento da violência no trânsito do estado de São Paulo, revelam que os acidentes em Fernandópolis custaram R$ 38.759.253,00 ao sistema de saúde entre setembro de 2024 e agosto de 2025.
A maior parte desse valor, cerca de R$ 31 milhões, ou 80,1%, está relacionada a ocorrências em ambientes urbanos, que são as mais frequentes e também as mais onerosas ao sistema público.
A nova versão da plataforma, batizada de Infosiga 3.0, traz estimativas mais completas e agora também mensura o peso financeiro dos sinistros para o Estado e para o SUS.
Durante o período analisado, 400 acidentes de trânsito foram registrados na cidade, com 14 vítimas fatais.
Com base na população de 71.620 habitantes (dados Censo 2022) e uma frota de 69.297 veículos, Fernandópolis apresentou uma taxa de óbitos por 100 mil habitantes de 19,55%, índice acima da média nacional, que gira em torno de 16,2% a cada 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2024.
Outros indicadores preocupantes incluem a taxa de 2,02 mortes por 10 mil veículos e 3,5% de fatalidade entre os sinistros registrados, patamares que colocam o município em alerta.
RANKING
O novo painel do Infosiga também passou a destacar as dez vias com mais ocorrências nos municípios paulistas, incluindo acidentes fatais, não fatais e o total de mortes (veja acima).
Em Fernandópolis, a Rodovia Euclides da Cunha (SP-320) lidera o ranking local com: 3 mortes, 3 acidentes fatais e 26 acidentes não fatais. O UPS (Índice de Severidade): 163 é o mais alto da cidade. O indicador UPS, utilizado pelo Infosiga, combina estatísticas de sinistros fatais e não fatais para destacar vias mais críticas.
Os motociclistas continuam sendo os mais vulneráveis nas vias. De acordo com dados do Infosiga, nos 400 acidentes foram envolvidas 313 motocicletas (46,8%), 268 automóveis (40,1%), 22 caminhões (3,3%), 27 bicicletas (4,09%), 6 ônibus (0,9%), e 29 veículos não identificados (4,3%).
Foram 251 colisões entre veículos (62,8%), 57 choques contra obstáculos (14,3%), 22 atropelamentos (5,5%), 55 definidos como “outros” (13,8%) e 15 não disponível (3,8%).
INFOSIGA
Segundo Roberta Mantovani, diretora de Segurança Viária do Detran-SP, o novo Infosiga é mais do que uma atualização: é uma ferramenta estratégica para orientar políticas públicas.
“O Detran-SP tem a missão de transformar dados em políticas que salvam vidas. O Infosiga 3.0 é mais do que uma atualização tecnológica: é uma ferramenta estratégica para orientar investimentos e mostrar à sociedade que cada morte no trânsito pode e deve ser evitada. Mais transparência e mais informação significam mais responsabilidade e melhores condições de enfrentar o cenário atual”, afirma