A UPA – Unidade de Pronto Atendimento – de Fernandópolis divulgou notas oficiais sobre os casos ocorridos no final de semana a respeito de duas ocorrências de óbitos. A primeira nota, presta esclarecimentos sobre o caso envolvendo paciente que foi a óbito, após atendimento na Unidade. O caso virou ocorrência policial sobre suposta negligência. A segunda, trata do caso de um homem atendido e que, durante surto psicótico, causou danos na Unidade e após ser contido por força policial, foi estabilizado e encaminhado para o Plantão Policial onde veio a óbito.
Veja as integras das notas:
Nota Oficial à População: Esclarecimento sobre Atendimento na UPA e Repúdio a Informações Inverídicas
A Rede de Urgência e Emergência de Fernandópolis, por meio da UPA 24h, repudia veementemente a matéria publicada por veículo de imprensa local que, de forma irresponsável e sem compromisso com a verdade, divulgou informações distorcidas sobre um atendimento prestado por esta unidade, gerando interpretações equivocadas na população e afetando diretamente a imagem de profissionais que atuam com seriedade e dedicação.
A reportagem em questão ignora os registros oficiais e apresenta apenas uma narrativa parcial dos fatos, sem consultar a unidade ou verificar os documentos que comprovam toda a assistência prestada.
Diante disso, esta nota tem o objetivo de esclarecer, de forma transparente e acessível, o que realmente ocorreu. A paciente, identificada pelas iniciais R.A.S, de 49 anos, procurou a UPA em momentos distintos, sendo acolhida e atendida por completo em todas as ocasiões. Em sua primeira passagem, apresentava queixa de dor e inchaço na face, sendo avaliada pela equipe médica e encaminhada para exame de imagem (tomografia), que indicou quadro de sinusite crônica, sem alterações sistêmicas graves. Mesmo após ser orientada, a paciente deixou a unidade por conta própria, sem aguardar o resultado e sem alta médica, gerando-se evasão.
Procurou a unidade novamente passou pelos mesmos fluxos de acolhimento e avaliação, foi novamente assistida com responsabilidade, e, mais uma vez, optou por sair da unidade sem concluir os atendimentos indicados, configurando novamente evasão.
Em sua última vinda à UPA, foi mantida em observação, com realização de exames laboratoriais e possibilidade de encaminhamento para avaliação especializada, mas novamente deixou o local antes da finalização do atendimento, mesmo sendo orientada dos riscos e da necessidade de permanecer na unidade, configurando-se evasão novamente. Todas essas passagens estão devidamente registradas em prontuário, com condutas, orientações e registros formais de evasão, conforme os protocolos institucionais.
Após esses episódios, a equipe foi informada de que a paciente passou mal em casa, sendo atendida em estado grave pelo SAMU. Havia relatos de pessoas próximas indicando comportamento confuso, marcha instável e possível uso de medicações controladas irregulares. Diante desse cenário, é inaceitável que uma matéria jornalística seja publicada sem critério de fidelidade às evidências, ignorando documentos oficiais e divulgando suposições que apenas geram insegurança na população e desconfiança infundada sobre os profissionais e a estrutura da UPA.
A unidade está com todos os registros à disposição das autoridades competentes e reitera seu compromisso com a saúde pública, com a ética profissional e com o respeito à população. Notícias infundadas e sensacionalistas não contribuem com a dor da família, não constroem soluções e apenas fragilizam a confiança em um serviço que trabalha diariamente para salvar vidas.
Eduardo Machado
Gerente da Rede de Urgência e Emergência”
Nota Oficial de Esclarecimento: UPA Atendeu Paciente com Encaminhamento Policial e Óbito Posterior
A Rede de Urgência e Emergência de Fernandópolis, por meio da UPA 24h, vem a público esclarecer um fato ocorrido na madrugada deste sábado, envolvendo um paciente do sexo masculino, de 36 anos, que deu entrada na unidade por meio do serviço de atendimento móvel (SAMU). Segundo relatos colhidos no local de origem, o paciente estava em uma festa e teria feito uso excessivo de bebidas alcoólicas, além de possíveis substâncias ilícitas. Ao chegar na unidade, apresentava quadro grave de agitação psicomotora e comportamento agressivo, caracterizando um surto psicótico agudo, o que impossibilitou, naquele momento, qualquer abordagem clínica segura por parte da equipe assistencial. O paciente foi inicialmente acolhido e conduzido para o setor de observação, mas, em estado de surto, acabou destruindo parte da estrutura física do local, danificando camas, cadeiras, colchonetes e proferindo agressões verbais aos profissionais presentes, que, diante da situação de risco, não conseguiam se aproximar com segurança. A Polícia Militar foi acionada com urgência para conter o paciente, e, após momento de grande tensão, com o uso de técnicas e dispositivos adequados de contenção, foi possível estabilizar fisicamente o quadro. Com a situação controlada, a equipe de saúde pôde iniciar o atendimento clínico necessário, monitorando os sinais vitais e promovendo os cuidados de suporte. Após algumas horas de estabilização, o paciente foi encaminhado à delegacia local, escoltado por equipe policial. A equipe da UPA permaneceu à disposição das autoridades, inclusive prestando depoimentos e auxiliando na formalização do boletim de ocorrência. Durante esse processo, a equipe que se encontrava na delegacia foi informada pelos policiais que o paciente estaria passando mal dentro da viatura. De imediato, os profissionais de saúde prestaram atendimento emergencial e constataram que o mesmo se encontrava em parada cardiorrespiratória. Foram iniciadas manobras de ressuscitação cardiopulmonar conforme protocolo, e o SAMU foi novamente acionado para apoio avançado. Apesar de todos os esforços, o paciente evoluiu para óbito ainda nas dependências da delegacia. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para apuração da causa da morte. Familiares do paciente, além de representantes da UPA, da Secretaria Municipal de Saúde e coordenadores da unidade, também estiveram presentes no local para acompanhamento e esclarecimentos. A UPA 24h reforça que todas as medidas cabíveis foram tomadas com responsabilidade, conforme os protocolos de segurança e atendimento emergencial, e lamenta profundamente o desfecho do caso. Reiteramos que a unidade manteve a assistência dentro dos limites éticos e técnicos permitidos frente a uma situação de risco coletivo, preservando a integridade dos profissionais, de outros pacientes e do próprio indivíduo atendido.