No primeiro semestre deste ano, o Detran-SP - Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo - ampliou em 32% a quantidade de Operações Direção Segura Integrada, as conhecidas “blitze da Lei Seca”. Passou de 211 para 278 no primeiro semestre do ano, quando abordou 201.298 motoristas, praticamente o dobro (99,3%) do mesmo intervalo de 2023. A média é de quase cinquenta veículos abordados por hora.
A tecnologia é uma grande força motriz por trás desses números. Se o Infosiga, que mostra aumento de mortes de janeiro a maio no trânsito paulista, contribui para explicar o incremento no calendário das blitze, o crescimento no volume de condutores parados nas ruas se deve a outros fatores, dois deles também ligados à tecnologia. De um lado, colabora a substituição do talão de papel, usado pela Polícia Militar para lavrar infrações, pelo talonário eletrônico, que agiliza o registro das ocorrências, com o preenchimento automático de informações a partir da placa do veículo. De outro, contribui a chegada de um novo modelo de etilômetro, que realiza o teste de alcoolemia em 5 segundos, contra o tempo de 30 a 40 segundos do anterior.
“A tecnologia é sempre um meio para dar concretude e eficiência às ações. Apostamos na transformação digital como modo de tornar nossas atividades mais eficazes, sejam elas educativas, preventivas ou no atendimento ao cidadão”, diz Ícaro Eustachio, diretor de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran-SP.
De janeiro a junho de 2024, em paralelo ao aumento das blitze, o índice de autuações por alcoolemia cresceu praticamente na mesma proporção: 35,4%. O Detran-SP contabilizou 5.573 motoristas que se recusaram a realizar o bafômetro no semestre, contra 4.411 no mesmo período de 2023. Em cada um dos períodos, três casos de embriaguez foram constatados pelos agentes de fiscalização, apesar de os motoristas terem se recusado a fazer o teste do bafômetro.
Em relação aos motoristas flagrados dirigindo sob influência de álcool, quando o teste do etilômetro aponta o índice de até 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido, o aumento foi de 17,6% no semestre, com 316 casos. No mesmo período de 2023, foram 268.
No último final de semana, foram realizadas duas blitze na região. Em Votuporanga, houve registro de 30 recusas ao teste do bafômetro, duas autuações por direção sob influência de álcool e uma por crime de trânsito - aplicada quando o condutor dirige embriagado. A fiscalização abordou 990 veículos na Rodovia Euclides da Cunha.
Em Rio Preto, a Operação Direção Segura Integrada registrou 28 recusas de motoristas ao teste do bafômetro. Foram abordados 600 veículos. Nas duas operações, a iniciativa contou com o apoio de equipes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica.
Quando o teste do etilômetro aponta o índice de até 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido ou no caso do motorista recusar-se a soprar o bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, com multa é de R$ 2.934,70 e processo de suspensão da carteira de habilitação.
Já os casos de embriaguez ao volante, quando os motoristas apresentam índice a partir de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido no teste do etilômetro, são considerados crimes de trânsito. Os motoristas flagrados nessa situação são processados e, se condenados, além da multa de R$ 2.934,70 e da suspensão da CNH, poderão cumprir de seis meses a três anos de prisão, conforme prevê a Lei Seca, também conhecida como “tolerância zero”.
