“Julho Amarelo” alerta para diagnóstico precoce das hepatites virais

Dia Mundial de Luta contra as Hepatites é celebrado no dia 28 de julho.

20 de Agosto de 2025

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“Julho Amarelo” alerta para diagnóstico  precoce das hepatites virais

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Julho Amarelo é o mês de luta contra as várias formas da doença silenciosa. O dia 28 de julho é celebrado no dia 28.

O diagnóstico precoce da doença antecipa o tratamento antes do aparecimento de sintomas.

Em Fernandópolis, o Cadip – Centro de Atendimento a Doenças Infectocontagiosas – é referência na luta contra as hepatites virais. O médico infectologista, Mauricio Favaleça, lembra que os principais vírus em circulação na região são das hepatites A, B e C.

“A hepatite viral é um grave problema de saúde pública e, algumas como as hepatites B e C, cronificam e podem levar pacientes a quadro de cirrose e até óbito”, alerta o médico sempre que é questionado sobre a doença.

As hepatites B e C têm transmissão via sanguínea através de instrumentos, como agulhas e alicate de unha, com sangue contaminado e via sexual sem proteção. A hepatite tipo A tem transmissão por forma oral, mão ou água contaminada. As medidas de higiene, das mãos, alimentos, hábitos saudáveis previnem a contaminação.

“Algumas pessoas podem nem sentir nada, mas outras podem ter dor no corpo, diarreia, vomito, manchas de pele, alterações de articulações. Algumas terão comprometimento maior do fígado, ficarão amarela (icterícia) e algumas podem evoluir para a forma crônica e chegar a fase de cirrose sem ter sintomas”, destaca o médico.

Segundo ele, é importante que as pessoas procurem as Unidades Básicas de Saúde para realização dos testes rápidos. “Uma picada no dedo e rapidamente se tem o resultado e, no caso de diagnóstico, há tratamento. No caso da hepatite C é um tratamento simples que dura três meses e tem cura total. Na B, se consegue controlar a doença para evitar que evolua para uma descompensação do fígado”, acrescenta. O tratamento também interrompe a transmissão do vírus.

Favaleça lembra ainda que para as hepatites A e B já existem vacinas que integram o calendário do Programa Nacional de Imunização. Para a hepatite C ainda não há vacina.

OS TIPOS DE HEPATITES

OS TIPOS DE HEPATITES

HEPATITE A: tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e se cura sozinha. Existe vacina.

HEPATITE B: é o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo.

HEPATITE C: tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado.  A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não tem vacina.

HEPATITE D: causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.

HEPATITE E: causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.

FORMAS DE CONTÁGIO:

As hepatites virais podem ser transmitidas pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado, através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes; da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados.

O contágio via transfusão de sangue já foi muito comum no passado, mas, atualmente é considerado raro, tendo em vista o maior controle e a melhoria das tecnologias de triagem de doadores, além da utilização de sistemas de controle de qualidade mais eficientes.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão do fígado.

A falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio, por isso, a recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste, gratuitamente, em qualquer posto de saúde e, em caso de resultado positivo, façam o tratamento que está disponível na rede pública de saúde.

PREVENÇÃO DA HEPATITE A:

– a vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura e é a principal medida de prevenção;
– lavar as mãos com frequência, especialmente após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos;
– utilizar água tratada, clorada ou fervida, para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
– cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
– lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
– usar instalações sanitárias;
– no caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
– não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
– evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
– usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal, antes e após as relações sexuais.

PREVENÇÃO DA HEPATITE B:

a vacina é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura; usar preservativo em todas as relações sexuais; não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.  A testagem das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão de mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.

PREVENÇÃO DA HEPATITE C:

Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção é importante:

não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc); usar preservativo nas relações sexuais; não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas; toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.

PREVENÇÃO DA HEPATITE D:

A hepatite D ocorre em pacientes infectados com o tipo B, portanto, a vacina contra a hepatite B, protege contra o tipo D, também. Prevenção da hepatite E: A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene, tais como as medidas para prevenir a hepatite do tipo A.

Fontes: Agência de Vigilância Sanitária da Paraíba/Ministério da Saúde/Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis/Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos