Quadro é agravada nesta época do ano pelas queimadas, poluição e tempo seco
Julho começa nesta segunda-feira, abrindo o segundo semestre do ano trazendo um alerta: nesta época do ano, a incidência das queimadas, afeta milhares de pessoas, que ficam expostas a um clima mais seco, quente e muito poluído. Um dos problemas é a “Síndrome do Olho Seco”.
É por isso que o mês ganhou a campanha "Julho Turquesa" de combate à síndrome do olho seco, doença que atinge cerca de 18 milhões de brasileiros. O mês de julho, inclusive, foi escolhido porque é uma época com clima mais seco, o que piora os sintomas da disfunção.
Olho seco, ressecamento das lágrimas, irritação ocular recorrente ou persistente é um dos problemas mais frequentes no consultório de oftalmologia.
No inverno, o número de atendimentos oftalmológicos relacionado à Síndrome do Olho Seco e às conjuntivites alérgicas aumenta, embora não seja apropriado classificar estas doenças como típicas do inverno, porque elas já existem em outras estações.
Dentre os fatores que estimulam a manifestação destas doenças nessa época do ano, especialistas destacam a queda de temperatura, a baixa umidade e o resfriamento do ar.
A síndrome do olho seco é reconhecida pela sensação de estar com “areia nos olhos”, peso nas pálpebras, olhos vermelhos, embaçamento da visão ao fazer algum tipo de esforço visual e sensibilidade à luz aumentada.
Quem apresentar algum destes sintomas durante o inverno deve ficar atento e procurar um oftalmologista, pois pode estar sofrendo com a síndrome do Olho Seco, que, na verdade, é uma deficiência na qualidade e na quantidade de lágrima que o organismo produz.
O clima seco da época e o aumento da poluição, ou seja, fatores ambientais são a maior causa do aparecimento do olho seco. A doença se manifesta mais facilmente devido à baixa umidade do ar, aos ambientes com ar condicionado.
Usuários de computadores que, em frente ao monitor, diminuem o reflexo do piscar também podem ser vítimas da doença. O uso inadequado de lentes de contato e algumas cirurgias oculares ou de pálpebra também podem causar a síndrome ou induzi-la, ainda que transitoriamente.
A Síndrome do Olho Seco não escolhe seus alvos por sexo. No entanto, as alterações hormonais femininas geradas na pós-menopausa podem ser desencadeantes do seu surgimento. Tabagismo e distúrbios alimentares também podem levar ao aparecimento do problema.
A Síndrome do Olho Seco pode causar desde inflamação até a úlcera de córnea, além de infecções oportunistas, problemas que, em alguns casos.
As lágrimas representam o mecanismo natural do organismo para proteger a superfície ocular contra infecções e efeitos maléficos da sujeira e da poeira. Elas ajudam a estabilizar a superfície corneana para que a visão permaneça clara e sem distorções.
A causa da Síndrome do Olho Seco é o fator determinante para definir o tratamento correto para cada caso, que poderá ser baseado em reposição ou conservação de lágrimas.
O oftalmologista é o profissional adequado para detectar a causa da doença e orientar sobre o seu tratamento. A automedicação e o uso indiscriminado de colírios são prejudiciais e, normalmente, causam um agravamento do quadro clínico.
CONJUNTIVITES ALÉRGICAS
No inverno são comuns também as conjuntivites alérgicas. A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana delgada e transparente que reveste a parede do globo ocular e das pálpebras. Em geral, a doença acomete os dois olhos, perdura de uma semana a 15 dias, mas não costuma deixar sequelas.
A doença, que incomoda e interfere na vida social do indivíduo tem como principais sintomas: olhos vermelhos e lacrimejantes; pálpebras inchadas; sensação “de areia” ou de corpo estranho nos olhos; secreção; coceira.
De uma maneira geral, quem está acometido pela conjuntivite deve redobrar os cuidados com a higiene dos olhos e das mãos. Lavar bem os olhos e fazer compressas com água gelada – que deve ser filtrada e fervida – ou com soro fisiológico ajudam a aliviar os incômodos causados pela doença. E procurar o médico oftalmologista.
Para prevenir a transmissão da conjuntivite, enquanto estiver doente, são recomendadas as seguintes precauções:
- Lave com frequência o rosto e as mãos uma vez que estas são meios importantes para a transmissão;
- Aumente a frequência de troca de toalhas ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos;
- Não compartilhe toalhas de rosto;
- Troque as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise;
- Lave as mãos antes e depois do uso de colírios ou pomadas e, ao usá-los não encoste o bico do frasco no olho;
- Não use lentes de contato enquanto estiver com conjuntivite, ou se estiver usando colírios ou pomadas;
- Não compartilhe o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza;
- Evite coçar os olhos para diminuir a irritação;
- Evite aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes;
- Evite a exposição a agentes irritantes (fumaça) ou alérgenos (pólen) que podem causar a conjuntivite.