Doar órgãos está mais fácil, rápido e seguro no Brasil. O Conselho Nacional de Justiça lançou na nesta terça-feira, 4, a campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém.” A iniciativa também marcou a regulamentação do sistema AEDO - Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos.
Quem desejar ser um doador de órgãos poderá manifestar e formalizar a sua vontade por meio de um documento oficial, feito digitalmente em qualquer um dos 8.344 cartórios de notas do Brasil.
Em 2023, a cada mil pessoas que faleceram no país, 14,5% poderiam ser potenciais doadores, mas apenas 2,6% efetivaram a doação. Em contrapartida, no ano passado, três mil pessoas faleceram pela falta de doação de um órgão. Pelo sistema, o cidadão poderá escolher qual órgão deseja doar – medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos.
Cerca de 42 mil pessoas aguardam na fila por um transplante, 500 delas são crianças. A maioria das pessoas na fila única nacional de transplantes aguarda a doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas.
Em média, 58% das famílias autorizam a doação. Na região, a taxa é de 70%.
A expectativa é que, com a declaração formal, aumente ainda mais o número de autorizações, embora, mesmo com o Aedo, ainda vai caber à família a decisão final.
O registro dessa declaração poderá ser apresentado à família pela equipe médica no momento do óbito, não apenas facilitando o processo de decisão, mas também possibilitando que a vontade do falecido seja respeitada.
“A Aedo soluciona uma importante demanda social que envolve a formalização da vontade de uma pessoa em ser doadora. Por meio de um documento oficial com plena validade jurídica, feito por um tabelião de notas, ela comprovará o desejo expressado em vida desta pessoa em salvar a vida de outra. Todo o procedimento agora fica simplificado”, destaca Giselle Oliveira de Barros, presidente do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne os cartórios de notas do País. Para realizar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, o interessado preenche um formulário diretamente no site www.aedo.org.br, que é recepcionado pelo cartório de notas selecionado. Em seguida, o tabelião agenda uma videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua manifestação de vontade. Por fim, o solicitante e o notário assinam digitalmente a AEDO, que fica disponível para consulta pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes. A plataforma está acessível 24 horas por dia, sete dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet.
